ATA DA OCTOGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
18.10.1999.
Aos dezoito dias do mês de outubro do ano de mil
novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Cyro Martini,
Gilberto Batista, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Antonio
Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Décio
Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Helena Bonumá, Hélio
Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir, Luiz Braz,
Maristela Maffei, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Saraí Soares, Sônia Santos
e Tereza Franco. Constatada a existência de "quorum", o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos
de cópias da Ata da Octogésima Terceira Sessão Ordinária que, juntamente com a
Ata da Octogésima Segunda Sessão Ordinária, foi aprovada. À MESA foram
encaminhados: pelo Vereador Guilherme Barbosa, a Emenda nº 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 03/99 (Processo nº 3131/99); pelo Vereador João
Carlos Nedel, 07 Pedidos de Providências; pelo Vereador Nereu D’Ávila, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 142/99 (Processo nº 2760/99). Ainda, foram
apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente: de
autoria do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando o desarquivamento do Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 17/97 (Processo nº 2468/97); de autoria do
Vereador Paulo Brum, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 04
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 24/99 (Processo nº 2701/99). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 591 e 592/99, do Senhor Prefeito Municipal de
Porto Alegre; 362/99, do Senhor César Cláudio Moreira Giraldes, Diretor do
Departamento de Gestão do Fundo Nacional de Assistência Social; Comunicado nº
15842/99, da Senhora Mônica Messenberg Guimarães, Secretária-Executiva do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação. Às quatorze
horas e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos. Às quatorze
horas e nove minutos, constatada a existência de “quorum”, foram retomados os
trabalhos e foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Gilberto
Batista, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. A
seguir, foi iniciado o período do GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a
homenagear o sexagésimo segundo aniversário do Sindicato dos Lojistas do
Comércio de Porto Alegre - SINDILOJAS, nos termos do Requerimento nº 156/99
(Processo nº 2230/99), de autoria do Vereador Gilberto Batista. Compuseram a
Mesa: os Vereadores Nereu D’Ávila e Juarez Pinheiro, respectivamente Presidente
e 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Miguel
Pretto, Diretor de Relações Institucionais da Secretaria de Desenvolvimento e
Assuntos Internacionais - SEDAI e representante do Governador do Estado do Rio
Grande do Sul; o Senhor José Alceu Marconato, Presidente do Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre - SINDILOJAS; o Senhor Waldir Bronzatto,
Presidente da Junta Comercial do Rio Grande do Sul; o Vereador Adeli Sell, 1º
Secretário da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Gilberto Batista,
registrando falar também em nome das Bancadas do PFL e do PT, parabenizou o
Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre - SINDILOJAS pelos seus
sessenta e dois anos de fundação, historiando as atividades desenvolvidas por
essa Entidade no intuito de fornecer suporte técnico aos comerciantes a ela
associados. O Vereador João Carlos Nedel saudou os diretores do Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre - SINDILOJAS pelo transcurso do sexagésimo
segundo ano de existência, destacando a contribuição dada por essa Entidade às
atividades comerciais exercidas pelos profissionais vinculados ao comércio
varejista de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Senhor José Alceu Marconato, que agradeceu o registro hoje feito por este
Legislativo, com referência ao transcurso dos sessenta e dois anos do Sindicato
dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre - SINDILOJAS. Também, o Vereador
Juarez Pinheiro manifestou-se a respeito da homenagem hoje prestada pela Casa
ao SINDILOJAS. Às quatorze horas e trinta e sete minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados as quatorze horas e quarenta e
quatro minutos, constatada a existência de “quorum”. A seguir, as Vereadoras
Tereza Franco e Maristela Maffei registraram o transcurso, no dia de hoje, dos
Dias do Médico e do Securitário. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou
a presença dos Senhores Raul Carrion, Jorge Cruz, Fu Mengzi, Luis Gonzales
Souza e Manolo Monereo, participantes do III Seminário Internacional - Fórum da
Solidariedade - A Crise do Capitalismo Globalizado na Virada do Milênio, e da
Senhora Greta, intérprete do evento, prestando informações a respeito da
realização desse Seminário. Após, o Senhor Presidente procedeu à entrega, aos
Senhores Fu Mengzi, Luis Gonzales Souza e Manolo Monereo, de exemplares do
livro “Porto Alegre: Que Bem Me Faz o Bem Que Te Quero", de autoria dos
poetas Luiz Coronel e Luiz de Miranda. Em continuidade, por solicitações dos
Vereadores Carlos Alberto Garcia e João Bosco Vaz, foi realizado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma aos Senhores Alexandre Zilles e Cláudio Pinto,
falecidos respectivamente nos dias quinze e quatorze de outubro do corrente. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Guilherme Barbosa registrou a realização, hoje,
de solenidade destinada à entrega de novos ônibus adquiridos pela Prefeitura
Municipal de Porto Alegre à Companhia Carris Portoalegrense. Também, assinalou
o início das obras viárias destinadas à implementação da III Perimetral. A
Vereadora Helena Bonumá relatou a realização, no dia dezessete de outubro do
corrente, do Encontro Municipal do Partido dos Trabalhadores, registrando a
eleição do Senhor Waldir Bohn Gass para a Presidência do Diretório Municipal
desse Partido. Ainda, criticou as políticas econômicas adotadas pelo Governo
Federal. Na oportunidade, foi apregoada a Emenda nº 08, de autoria do Vereador
Guilherme Barbosa, ao Projeto de Lei do Executivo nº 24/99 (Processo nº
2701/99). Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Hélio Corbellini analisou dados
relativos ao sistema de segurança pública existente no Estado, defendendo a
adoção de penas alternativas para delitos penais de menor potencial ofensivo e
salientando a importância de que sejam implementadas medidas visando à
ressocialização da população carcerária. O Vereador João Dib teceu críticas aos
gastos do Executivo Municipal em propaganda institucional. Também, fez um
comparativo entre o trabalho efetuado pelo Departamento Municipal de Água e
Esgotos - DMAE durante os períodos em que o Partido dos Trabalhadores e
administrações anteriores estiveram à frente do Executivo Municipal. Na
ocasião, o Vereador Juarez Pinheiro manifestou-se acerca do pronunciamento do
Vereador João Dib, em Grande Expediente. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Pedro
Américo Leal discorreu sobre os problemas existentes no sistema de segurança
pública do Estado. Ainda, comentou aspectos relativos à cobertura jornalística
do trabalho desenvolvido por este Legislativo, defendendo uma maior divulgação
dessa Casa por parte dos meios de comunicação da Cidade. O Vereador Isaac Ainhorn
teceu considerações acerca da situação da segurança pública em Porto Alegre,
reportando-se ao aumento verificado no número de ocorrências policiais,
notadamente na periferia de Porto Alegre, e propugnando pela adoção de medidas
públicas que garantam mais tranqüilidade à população da Capital. O Vereador
João Motta, referindo-se à questão da segurança pública, discorreu sobre
proposta elaborada pelo Ministério da Justiça, que estabelece alterações nos
critérios de progressividade das penas judiciais, incentivo à cominação de
penas alternativas e reforma no Código Penal Brasileiro, externando seu apoio a
estas medidas. A seguir, face Questão de Ordem e manifestações do Vereador
Isaac Ainhorn, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da instalação
dos trabalhos da Comissão Especial constituída para analisar o Projeto de
Resolução nº 28/99 (Processo nº 2060/99), tendo o Vereador José Valdir
manifestado-se a respeito. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou a
presença do Senhor Gábor Tóth, Embaixador da Hungria, que comparece a esta Casa
para despedidas, face o término de sua missão no Brasil, juntamente com as
Senhoras Veronica Ruttkay Pereira, Cônsul da Hungria, e Marta Zádor de Tóth,
Embaixatriz da Hungria. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Vereador Isaac Ainhorn que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Em continuidade,
o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Gábor Tóth, que agradeceu a
receptividade e o apoio demonstrados pelo povo de Porto Alegre durante a sua permanência
na Cidade. Em prosseguimento, o Vereador João Dib presenteou o Senhor Gábor
Tóth com uma pedra oriunda do município de Soledade/RS, a qual foi entregue
pelo Vereador Pedro Américo Leal, e o Senhor Presidente procedeu à entrega, aos
Senhores Gábor Tóth e Veronica Ruttkay Pereira, de exemplares do livro
"Porto Alegre: Que Bem Me Faz o Bem Que Te Quero", de autoria dos
Poetas Luiz Coronel e Luiz de Miranda. Às dezesseis horas e vinte e oito
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados as
dezesseis horas e vinte e nove minutos, constatada a existência de “quorum”. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sônia Santos contraditou pronunciamentos
efetuados pelo Vereador Guilherme Barbosa, relativos ao funcionamento do Aterro
Sanitário da Extrema. Também, criticou declarações prestadas pelo Vereador
Nereu D'Ávila em programa da Rádio Guaíba, referentes à aprovação do Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 10/97. Na ocasião, os Vereadores Juarez
Pinheiro e Luiz Braz manifestaram-se a respeito do pronunciamento da
Vereadora Sônia Santos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Nereu D’Ávila, reportando-se ao pronunciamento da Vereadora Sônia Santos,
manifestou-se contrariamente à adoção de medidas que exponham publicamente os
posicionamentos assumidos por detentores de mandato político, destacando a
importância da inviolabilidade dos atos parlamentares para a manutenção da democracia.
O Vereador Lauro Hagemann discorreu sobre proposta a ser apresentada ao
Congresso Nacional, que impõe a contribuição previdenciária aos servidores
públicos inativos, afirmando que a implementação dessa iniciativa trará prejuízos
à população brasileira e que os problemas de financiamento da previdência
social devem ser resolvidos através de outros meios. O Vereador Cláudio Sebenelo
teceu críticas ao Executivo Municipal pela implantação e manutenção do Aterro
Sanitário da Extrema, mencionando laudos técnicos que informam haver contaminação
do lençol freático existente na região e declarando que o funcionamento desse
Aterro vai de encontro às normas ambientais vigentes. Na oportunidade, o Senhor
Presidente prestou informações a respeito da tramitação do Projeto de Resolução
nº 58/99 (Processo nº 3187/99) e do Projeto de Lei do Executivo nº 40/99
(Processo nº 3298/99). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib abordou a
questão da divulgação pública dos resultados das votações realizadas neste
Legislativo, destacando que todos os cidadãos têm acesso a essas informações.
Ainda, teceu considerações sobre iniciativa que estabelece a contribuição
previdenciária aos servidores públicos inativos. Após, constatada a existência
de "quorum", foram aprovados os seguintes Requerimentos verbais: de
autoria do Vereador Cláudio Sebenelo, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão, tendo o Vereador Juarez Pinheiro manifestado-se a
respeito; de autoria do Vereador Paulo Brum, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Na oportunidade, face Questão
de Ordem formulada pelo Vereador João Dib, o Senhor Presidente prestou
informações sobre os trabalhos da presente Sessão. Também, foi
realizada verificação de "quorum" para ingresso na Ordem do Dia,
tendo o Senhor Presidente declarado nula essa verificação e prestado esclarecimentos
a respeito do funcionamento do Sistema Eletrônico de Votações, face Questões de
Ordem e manifestações dos Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib, Juarez
Pinheiro e Antonio Hohlfeldt. Ainda, o Vereador Luiz Braz formulou Requerimento
verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia, e os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos das dezessete
horas e doze minutos às dezessete horas e dezesseis minutos. A seguir,
constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e
aprovado o Requerimento nº 224/99 (Processo nº 3297/99 - Solicita autorização
para representar a Casa no II Encontro Nacional de Líderes de Entidades de
Portadores de Deficiência, na cidade de Serra/ES), de autoria do Vereador Paulo
Brum. Após, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Paulo Brum e
Renato Guimarães, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da
tramitação do Projeto de Resolução nº 58/99 (Processo nº 3187/99) e registrou
que apenas o Projeto de Lei do Executivo nº 40/99 cumpriria Pauta no dia de
hoje. Em PAUTA, Discussão Preliminar, esteve, em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do
Executivo nº 40/99. Às dezessete horas e vinte e três minutos, constatada a
inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser
realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Nereu
D'Ávila, Juarez Pinheiro e Adeli Sell e secretariados pelos Vereadores Adeli
Sell e Paulo Brum, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Adeli
Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Srs. Vereadores, hoje, não teremos a
Tribuna Popular. Solicito o apoio das Lideranças em Plenário, Ver. João Dib e
Reginaldo Pujol, no sentido de invertermos a ordem dos trabalhos, entrando, de
imediato, no Grande Expediente, pois temos hoje homenagem ao 62º Aniversário do
SINDILOJAS. Vou suspender a Sessão por trinta segundos para que possamos
acordar sobre a questão.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h08min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h09min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. GILBERTO BATISTA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro à Mesa inversão
da ordem dos trabalhos, passando de imediato ao Grande Expediente, tendo em
vista que os convidados do SINDILOJAS já estão presentes no Plenário, e após
retomamos a ordem normal dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver.
Gilberto Batista. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos ao
Hoje o Grande Expediente é destinado a
homenagear o 62º Aniversário do SINDILOJAS, em conformidade com o constante no
Requerimento nº 156/99, Processo 2230/99 de autoria do Ver. Gilberto Batista.
Convidamos
para compor a Mesa dos Trabalhos os senhores: José Miguel Pretto, Diretor de
Relações Institucionais da Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos
Internacionais - SEDAI, representando o Governador do Estado do Rio Grande do
Sul; José Alceu Marconato, Presidente do SINDILOJAS; Waldir Bronzatto,
Presidente da Junta Comercial do Rio Grande do Sul.
O
Ver. Gilberto Batista está com a palavra como proponente dessa homenagem, em
Grande Expediente.
O SR. GILBERTO BATISTA: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) A proposição deste Vereador refere-se ao aniversário de 62 anos de
atividades do SINDILOJAS - Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre.
Esse
importante Sindicato que temos no Estado do Rio Grande do Sul é presidido pelo
meu amigo Marconato, que tem uma atuação importante no segmento do comércio.
No
dia 18 de outubro de 1937, a classe lojista começava a somar esforços fundando
uma entidade representativa para cuidar dos seus interesses.
O
SINDILOJAS, hoje, é composto por cerca de onze mil estabelecimentos
localizados, principalmente aqui em Porto Alegre e em algumas cidades da Grande
Porto Alegre, por exemplo a cidade de Alvorada, e a função do SINDILOJAS, na
realidade, é de oferecer uma gama enorme de benefícios aos seus associados.
O
SINDILOJAS atua na representação direta de seus filiados, em questões fiscais,
tributárias, dissídios coletivos, segurança pública, economia informal, junto
aos poderes públicos no âmbito municipal, estadual e federal. Participa com
assiduidade em comissões públicas de geração de empregos; revitalização de
áreas comerciais de desenvolvimento sócio-econômico nos setores assim
apropriados, mas com parceria muito estreita para esses seus associados que
fazem o SINDILOJAS.
Podemos
aqui citar alguns aspectos que esse Sindicato oferece aos seus associados:
Conta com uma bela e forte assessoria jurídica; desenvolve um projeto inovador
que tem o objetivo e a utilização de tecnologia mais avançada para atender às
necessidades fiscais do setor, através do uso do emissor de cupom fiscal; mas,
fundamentalmente, prover as empresas de captação através do conceito da
transferência eletrônica de fundos. Ele possibilita aos seus associados e aos
seus funcionários convênio de saúde que hoje é um ponto de benefício muito
importante, no meu entendimento. Este Vereador que trabalha muito com a área da
Saúde e o SINDILOJAS, hoje, propõe aos funcionários dos seus associados,
aqueles que o querem, ter um seguro-saúde com uma empresa gaúcha, dando
tranqüilidade a esses funcionários. O SINDILOJAS, hoje, também tem um convênio
odontológico; também existe, na própria sede, um convênio de Medicina
Ocupacional.
O
setor recursos humanos desse Sindicato oferece serviço de recrutamento e
seleção de candidatos ao comércio, introduzindo uma nova modalidade de
treinamento com certificado de qualificação tecnológica no varejo para os
comerciários.
Existe
na sede uma biblioteca que dispõe de uma gama muito grande de obras de assuntos
jurídicos para consulta de quaisquer tipos de textos legais e os Diários
Oficiais.
Eu
acredito que, mensalmente, o SINDILOJAS apresenta um boletim informativo aos
seus associados. Um serviço de apoio contemplando a estrutura funcional do
lojista associado, colocando à sua disposição o uso do fax, fotocópia,
dobradeira com capacidade para dobrar diferentes formatos, numa média de
cinqüenta folhas por minuto, cobrando preço de custo para a realização desses
serviços.
Ele
oferece cartazes para datas comerciais, confecção e distribuição aos associados
de cartazes alusivos a datas festivas tais como: Páscoa, Dia das Mães, Dia dos
Namorados, Dia dos Pais, Dia da Criança e Natal.
Possui
um amplo e espaçoso auditório e várias salas de treinamento.
Também
trabalha com linhas de crédito. A entidade mantém e desenvolve convênios com
instituições financeiras, propiciando melhores taxas para as empresas
associadas em diferentes modalidades de crédito, tais como: desconto de
cheques, antecipação de receitas de cartões de crédito, financiamento de
capital de giro, e assim por diante.
Essa
foi uma explanação do que o SINDILOJAS oferece.
Na
realidade, é por isso que, em visita feita ao seu Presidente, Sr. José Alceu
Marconato, eu solicitei, nobre Presidente, Ver. Nereu D’Ávila, homenagear esse
Sindicato de muita luta e de muita garra. Hoje, os comerciantes enfrentam uma
fúria tributária muito grande em nível federal, estadual e municipal. Nós
sabemos como é difícil. O proprietário de uma loja que têm empregados,
responsabilidades tributárias, obrigações amplas e variadas, sente-se protegido
quando tem um sindicato que está pronto a servi-lo naquele assunto de que ele
está precisando.
Por
isso, Presidente Marconato, a iniciativa deste Vereador é desejar ao
SINDILOJAS, neste dia, que também é do Médico, os parabéns à sua gestão e a de
todos os ex-presidentes e futuros presidentes, por essa brilhante contribuição
que dá, principalmente aqui para os associados, para os funcionários que V. Sa.
atende com a amplitude de benefícios que o SINDILOJAS oferece aos comerciantes.
É
muito difícil ver, hoje, um sindicato que tenha, em sua composição, mais de
onze mil associados. É uma marca realmente invejável diante de muitos outros
sindicatos.
O
SINDILOJAS é um sindicato patronal, e espero que ele continue a oferecer,
sempre, aos seus associados, o melhor; esse melhor eu sei que, a cada gestão,
será melhor ainda, para que o associado possa estar protegido e para que ele
seja sabedor de que, lá na linha de frente, há um sindicato brigando por ele.
Toda a área comercial - os comerciantes -, precisa muito de um sindicato que
lute por seus interesses.
Muito
obrigado pela presença dos senhores. Quero deixar um grande e fraternal abraço,
em nome da Bancadas do PFL - falo em nome do Ver. Reginaldo Pujol do meu Partido -, e do PT , assim pediu-me o
Ver. Guilherme Barbosa. Parabéns! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Esta é uma homenagem que a Câmara
Municipal de Porto Alegre está fazendo, por Requerimento do Ver. Gilberto
Batista, aos sessenta e dois anos do SINDILOJAS - Sindicato dos Lojistas do
Comércio de Porto Alegre.
O
nosso 1º Vice-Presidente, Ver. Juarez Pinheiro, já deve ter dito da satisfação
que temos com a presença, aqui, das autoridades que compõem a Mesa: do
representante do Sr. Governador do Estado; do próprio Presidente do Sindicato,
Sr. Marconato; dos demais líderes do nosso comércio. A todos os que prestigiam
este ato, nesta tarde, a nossa saudação também em nome da Câmara Municipal de
Porto Alegre.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra pelo PPB.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da Mesa.) Gostaria
de saudar a Diretoria do SINDILOJAS: Sr. Simão Nuch, Diretor Financeiro e ex-Presidente
Henrique Gerchmann; Diretores Alberto Shebe Simon e Augusto Hector; Senhoras e
Senhores Empresários, associados do SINDILOJAS.
Em
nome da Bancada do PPB, à qual tenho a honra de pertencer, juntamente com os
Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal, sou o portador da homenagem da nossa
Bancada ao Sindicato dos Lojistas, o SINDILOJAS, que está comemorando e
festejando 62 anos de fundação.
A
Câmara Municipal, especialmente o Ver. Gilberto Batista, foi muito feliz ao
propor esta homenagem, porque Porto Alegre muito deve àqueles que promovem seu
desenvolvimento, que contribuem fortemente para o crescimento da Cidade, como é
o caso do SINDILOJAS. Com onze mil estabelecimentos associados, trabalha em
prol da sua atividade, dos seus negócios.
Noticiou-se,
recentemente, que Porto Alegre teve a sua arrecadação de ICMs aumentada. E isso
se deve, sem dúvida, ao crescimento do setor lojista, a que, justamente, meu
colega Waldir Bronzatto também tem a honra de pertencer. O crescimento dos
novos negócios que o setor lojista trouxe para cá foi, sem dúvida, um dos
fatores relevantes para o aumento da arrecadação do ICMS para o Município de
Porto Alegre.
Empresário
que investe hoje, correndo inúmeros riscos e dos mais variados, merece,
realmente, o título de herói, porque investir o seu capital em uma atividade de
risco, levando em conta as circunstâncias, as dificuldades que o País atravessa
em todos os níveis, realmente, merece fortes elogios. E é isso que estamos
fazendo hoje aos associados do SINDILOJAS, pelos seus sessenta e dois anos em
que o seu Sindicato foi fundado.
Um
setor que responde por mais de mil empregos diretos, num mundo onde o
desemprego é elevado, merece novamente elogios e admiração. Esses cinqüenta mil
empregos, naturalmente, correspondem à renda que permite aos seus funcionários
e a sua família também gerarem novas rendas, novos impostos. Por falar em
impostos, é impressionante a contribuição do setor lojista para a arrecadação!
Gostaria,
para concluir, de lembrar ainda dos investimentos que o Sindicato faz, através
do treinamento e da qualificação dos seus funcionários, em convênio com o
SENAC, para melhorar a condição profissional dos seus colaboradores.
Portanto,
Senhoras e Senhores, a Câmara e o Ver. Gilberto Batista foram muito felizes
homenageando quem gera emprego, quem traz progresso e desenvolvimento.
Parabéns, SINDILOJAS! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. José Alceu Marconato está com a
palavra.
O SR. JOSÉ ALCEU MARCONATO: Senhor Presidente e Senhores Vereadores.
(Saúda os componentes da Mesa.) É com muita honra que ocupo esta tribuna
representando o SINDILOJAS de Porto Alegre, que está hoje aqui para ser
homenageado por esta egrégia Câmara de Vereadores, Instituição das mais admiradas
e respeitadas e que, pela integridade dos seus representantes, é um dos
sustentáculos da democracia. Ao completarmos 62 anos de existência, é motivo de
orgulho e satisfação para nós sermos lembrados pelos membros desta centenária
Casa que, nos anais da história do Rio Grande do Sul, teve sempre uma gloriosa
trajetória. Torna-se imperioso declinar o nome do Ver. Gilberto Batista que
teve a iniciativa de propor essa gentil homenagem: nossos sinceros
agradecimentos.
O
clima é de festa, entretanto, Senhor Presidente, vou aproveitar a oportunidade
para compartilhar com todos os presentes, indagações e dúvidas que devemos
formular com relação ao futuro da sociedade brasileira, com relação ao período
que estamos vivendo. O momento exige profundas reflexões, e a nossa principal
preocupação é com a globalização que, inicialmente, todos saudamos com
entusiasmo, mas que, agora, revela o seu lado mais cruel, determinado por uma
brutal concentração de renda e não menos perigosa concentração de poder.
Tememos por nossas indefesas empresas, pela sua sobrevivência no confronto com
o poder avassalador das grandes corporações que, aproveitando a porteira aberta
pela política neoliberal, chegaram ao nosso mercado com abundantes recursos
econômicos, tecnológicos e humanos, desestabilizando profundamente a nossa
economia, cuja dependência do capital externo não é segredo para nenhum
especulador internacional de plantão. Espremidos entre forças tão espúrias,
nós, sindicalistas, temos o dever de buscar fórmulas que compatibilizem os mais
diversos interesses no estabelecimento do necessário equilíbrio nas forças que
compõem a atividade econômica.
John
Kenneth Galbrhait definiu o papel dos sindicatos como poder moderador e que,
por doutrina, deve buscar, obstinadamente, a harmonia nas relações entre
capital e trabalho e equilíbrio em sua postura política, moral e ética. Na
esteira dessa visão, afastamos todo sentimento de xenofobia ou discriminação de
qualquer natureza, mas defendemos, intransigentemente, princípios, regras e
normas que devem ser estabelecidas e cumpridas, demonstrando, concretamente, a
nossa soberania. Garanto a todos que o SINDILOJAS é ferrenho defensor desses
princípios, seguindo uma trilha traçada pelos nossos antepassados. Neste
momento, rendo as minhas homenagens aos dirigentes que nos antecederam.
Sr.
Presidente, vejo certa similaridade entre a Câmara de Vereadores e o
SINDILOJAS, na busca do equilíbrio e harmonia de nossa sociedade e, baseado
nessa percepção, atrevo-me a fazer uma proposição que poderíamos chamar de
pacto social e que teria como objeto cobrar projetos de financiamentos
federais, estaduais e - por que não? -, municipais, para as pequenas, médias e
microempresas com juros que possam equilibrar a competição com as empresas
internacionais. Fundamentamos que as pequenas, médias e microempresas são
responsáveis pela geração de 60% da população economicamente ativa, número que
por si só justificaria essa cruzada. Eliminando ou reduzindo o espectro do
desemprego, estaríamos ilidindo a desintegração familiar e, certamente,
provocaríamos crescimento econômico com justiça social. Essa é a esperança de
todos nós. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Esta foi a palavra do Presidente do
SINDILOJAS, José Alceu Marconato.
Nós
reprisamos que a Câmara Municipal de Porto Alegre sente-se muito prestigiada em
ter aqui lideranças empresarias do comércio, e que, através da iniciativa do
Ver. Gilberto Batista, nesta data significativa de 62 anos de existência, a
Câmara Municipal, no período do Grande Expediente, pôde fazer esta homenagem.
Queremos
dizer ao Sr. José Alceu Marconato que leve a todas as demais lideranças a nossa
saudação. Este momento foi um momento em que a Cidade, através do conjunto da
sua representatividade, prestou esta homenagem.
Agradecemos,
também, a presença do representante do Governador do Estado, Sr. José Miguel
Pretto - Diretor de Relações Institucionais da Secretaria de Desenvolvimento e
Assuntos Internacionais - SEDAI, e do Presidente da Junta Comercial do Rio
Grande do Sul, Sr. Waldir Bronzatto, que foi um dos fundadores e líder da Nova
Azenha, portanto, com uma representação nesse Sindicato tão forte, que, hoje,
está sendo homenageado.
Concedemos
a palavra ao Ver. Juarez Pinheiro.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, apenas de uma forma
excepcional e face à importância do pronunciamento da entidade homenageada,
através do seu Presidente, e considerando o reflexo do que será a entrada em
vigor da ALCA, a partir de 2005, nós queremos propor a V. Exa., quem sabe, junto
com o próprio Sindicato dos Lojistas, a idéia de que esta Câmara de Vereadores
venha a discutir esta questão da ALCA, que vai agudizar ainda mais os problemas
que foram levantados pelo Presidente da entidade hoje homenageada.
Eu
agradeço a excepcionalidade de poder manifestar-me, mas o assunto e o realce
merecem que nós façamos essa observação. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Agradecemos a presença dos Senhores,
através desta homenagem, que foi uma homenagem de toda a Instituição Câmara
Municipal.
Vamos
suspender os trabalhos por alguns minutos, para que os Srs. Vereadores
possam-se despedir dos nossos ilustres convidados e homenageados.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h37min.)
O SR. PRESIDENTE (às 14h44min): Estão reabertos os trabalhos.
A SRA. TEREZA FRANCO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, queria
homenagear, através do Dr. Cláudio Sebenelo, todos os médicos no dia de hoje,
Dia do Médico. Pedir a Deus que sempre os ilumine. Parabéns.
O SR. PRESIDENTE: Queria saudar, em nome da Câmara
Municipal, todos os médicos. Homenageamos essas pessoas que, através da
medicina, cumprem um dever maravilhoso, quase sempre salvando vidas, um
sacerdócio de dedicação à humanidade.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, queria aproveitar para
lembrar que hoje comemora-se o Dia do Securitário.
O SR. PRESIDENTE: Muito bem lembrado, Vera. Maristela.
Parabéns aos Securitários.
A
partir de hoje, em Porto Alegre, temos um grande evento, que é o III Seminário
Internacional - Fórum da Solidariedade - A Crise do Capitalismo Globalizado na
Virada do Milênio. É um marco importantíssimo de discussão na Cidade de Porto
Alegre. Há vários participantes que, a partir de hoje, no Salão de Atos da
Universidade Federal, às 19 horas, começarão o III Seminário Internacional -
Fórum da Solidariedade - que tem como título: “O Brasil no Contexto da Crise
Global”. Nessa terceira edição comparecem expressões da cultura e do
conhecimento humano de diversos países, inclusive do Brasil, é claro.
Os
organizadores são Raul Carrion e Jorge Cruz, que estão conosco e os saudamos
neste momento.
O
representante da China é o professor Fu Mengzi, o representante do México é o
Sr. Luís Gonzales Souza, o representante da Espanha é o Sr. Manolo Monereo e a
Sra. Greta, que é a tradutora, é da Bélgica.
A
Câmara Municipal é uma das entidades que tem a honra de participar e ser uma
das promotoras desse Seminário.
A
abertura, hoje, será presidida pela Reitora Wrana Panizzi. Estará presente o
Governador Olívio Dutra. Às 20 horas será discutida “A Natureza da Atual Crise
Internacional”. O Coordenador/Debatedor será o professor Eduardo Maldonado, da
nossa Universidade Federal. Os palestrantes serão o professor François
Chesnais, da Universidade Paris VIII e o professor Alan Freeman, da
Universidade de Greenwich, na Inglaterra.
Portanto,
hoje já teremos uma mostra da dimensão, da densidade desse Seminário. Queremos
aproveitar para oferecer, como prova da nossa amizade, em nome da Cidade de
Porto Alegre, uma lembrança ao Prof. Fu Mengzi, da China; Gonzales, do México;
Manolo, da Espanha; além da Sra. Greta, da Bélgica. Solicito que se aproximem
da mesa para oferecermos essa lembrança para levarem aos seus respectivos
países, como uma pequena recordação da instituição Câmara Municipal de Porto
Alegre.
(O
Sr. Presidente, Ver. Nereu D’Ávila procede à entrega do livro “Porto Alegre:
Que Bem Me Faz o Bem Que Te Quero”, de autoria dos poetas Luiz Coronel e Luiz
de Miranda.)
Em
nome da Câmara Municipal, oferecemos um livro do Luiz Coronel para esses quatro
países: China, México, Espanha e Bélgica. É uma satisfação ter a presença de
eminentes intelectuais e estudiosos que vão debater, a partir de hoje até o dia
22 de outubro, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O SR. CARLOS GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, neste fim-de-semana
ocorreu o passamento do Alexandre Zilles, o professor “Barata”, um dos maiores
goleiros do Rio Grande do Sul e do Brasil, bem como um dos maiores técnicos,
professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e exemplar pai de
família. Requeiro que façamos um minuto de silêncio em memória desse
passamento.
O SR. PRESIDENTE: Vítima de um trágico acidente.
Cumprimentamos a família enlutada e os amigos, e também a família esportiva que
perde uma de suas grandes expressões.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria que neste minuto
de silêncio também fizéssemos referência à memória de Cláudio Pinto, que foi um
grande árbitro da Federação Gaúcha de Futebol, pelo seu passamento neste final de
semana.
O SR. PRESIDENTE: Faremos então, agora, um minuto de
silêncio em referência à memória dessas duas pessoas.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
Vamos
dar prosseguimento ao Grande Expediente destinado a homenagear os 62 anos do
SINDILOJAS. Mas os oradores que não usaram a tribuna, agora terão o direito de
fazê-lo.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra, em Grande Expediente.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
destacar nesta Casa Legislativa do povo de Porto Alegre dois fatos importantes
que estão ocorrendo, um no final da manhã de hoje outro daqui a alguns
momentos. No final da manhã de hoje, no Largo Glênio Peres, o Sr. Prefeito
Municipal, Raul Pont, entregou à Cidade de Porto Alegre mais quarenta e nove
ônibus novos, evidentemente zero quilômetro, para a empresa Carris
Portoalegrense, empresa essa que é a maior do nosso Município e que tem servido
de balizador para todo o transporte coletivo de nossa Cidade. Empresa que vem,
a cada ano, qualificando o seu trabalho a tal ponto que, há algum tempo,
recebeu o título de Melhor Empresa de Transporte Coletivo de nosso País, seja
pública ou privada, mas a melhor empresa de transporte coletivo de nosso País.
A Carris tem-se esforçado para atender cada vez melhor o povo porto-alegrense.
No geral, faz parte de um contexto em que o nosso transporte coletivo vem
melhorando, ano a ano. Nós temos conseguido manter a tarifa num patamar
suportável pelos usuários - não vou dizer que é barata porque o bolso das
pessoas cada vez está mais curto - e tem sido sempre uma das menores do País.
Por
outro lado, se consegue, também, manter o salário dos motoristas e dos
cobradores como um dos mais altos. Volto a repetir: a nossa tarifa é uma das
mais baixas tarifas do nosso País. Isso é motivo de orgulho para todos nós,
principalmente quando a Companhia Carris amplia a sua frota com veículos novos,
qualificados. Os veículos agora vêm sem embreagem, com câmbio automático,
facilitando bastante o trabalho dos motoristas. São motores mais silenciosos,
inclusive permitindo a contratação de pessoas portadoras de deficiência física.
Pessoas que não tenham a perna esquerda podem, portanto, dirigir esses novos
veículos.
O Sr. Paulo Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Guilherme Barbosa, sobre esta questão que V. Exa. se refere,
gostaria de obter informações mais precisas, porque lembro que, há dois anos, o
então Presidente da Carris, Sr. Túlio Zanim, tentou viabilizar esse sistema
para que as pessoas com deficiência física pudessem dirigir esses veículos.
Parece-me que uma determinação em nível nacional proibiu que a Carris pudesse
abrir vagas para motoristas com deficiência física. Então eu gostaria de obter
maiores informações acerca desta questão.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Ver. Paulo Brum, não as tenho agora, mas
isso é interessante porque a ausência de embreagem permite que uma pessoa com
apenas a perna direita possa dirigir ônibus. Se há esse impedimento legal,
realmente, eu vou buscar informações.
O Sr. Paulo Brum: A questão da Carteira de Habilitação, me
parece que o deficiente físico por determinação nacional, ele só pode ter a
carteira B, apenas para veículos de pequeno porte, e nesse caso o motorista
teria que ter a Carteira Profissional e o CONTRAN, o DETRAN não libera a
Carteira Profissional para o deficiente físico.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Interessante, acho que inclusive quem
sabe nós nos mobilizamos com as Bancadas Federais dos nossos Partidos para
haver uma modificação nessa ordem.
É
evidente que em outros veículos que precisam da embreagem estas pessoas
estariam evidentemente impedidas de dirigi-los, de guiá-los. Mas nesses
veículos, com esse avanço tecnológico, fica aberta a possibilidade para as
pessoas trabalharem aí. Isso é importante.
Por
outro lado, quero também destacar que nesta tarde, às 15h30min, o Sr. Prefeito
Municipal estará no Salão Nobre da Prefeitura, no Paço Municipal, assinando o
contrato para o início das obras da III Perimetral. Obra esta que será a maior
da nossa Capital durante muitos anos, no seu conjunto, na sua totalidade, e nós
vamos ter obras que vão-se alongar durante três anos, obras de grande impacto,
que criarão transtorno à Cidade. Evidentemente que a nossa Prefeitura tem que
se organizar para que esse impacto seja o menor possível, mas o resultado
posterior dessa execução será muito forte, melhorando tremendamente o trânsito
da nossa Cidade.
No
total, englobando o financiamento em outras áreas, nós vamos ter cento e
quarenta milhões de dólares, e agora, com a mudança do câmbio, termina que nós
temos, é o lado positivo de uma situação trágica, vamos dizer assim, termina
que nós teremos mais reais a aplicar nessa obra podendo inclusive aumentar a
sua amplitude.
Acho
que a Cidade de Porto Alegre está de parabéns. É uma obra projetada há quarenta
anos, algumas coisas foram feitas, o Ver. João Dib sempre diz que já havia
ajudado abrir uma parte da obra, mas é só uma parte, é só a largura dela que
está feita, mas muitas outras obras serão realizadas a partir daí, será um
impacto enorme na nossa Cidade.
E
também vale lembrar de uma série de obras, junto com essa, que o Prefeito já
anunciou para a nossa Cidade. Vale lembrar também de uma série de obras que o
Prefeito já anunciou para a nossa Cidade: um corredor de ônibus na Av. Sertório,
o alargamento da Av. Manoel Elias, o novo terminal Parobé, ao lado do Mercado
Público, acho que está incluída a Av. Bento Gonçalves, entre a Av. Antônio de
Carvalho até a Lomba do Pinheiro, João de Oliveira Remião.
Felizmente,
a nossa Prefeitura consegue ter uma saúde financeira que a grandes custos, com
muito suor e cuidado tem se mantido, não sei se conseguiremos mantê-la para o
ano que vem.
Há
pouco ouvimos na manifestação do Presidente José Alceu Marconato do SINDILOJAS,
as dificuldades que passam os lojistas com a abertura indiscriminada das nossas
barreiras comerciais e industriais, discurso este que o nosso Partido vem
fazendo há mais de dez anos. Se o capital é risco, é obrigação do Governo, se é
capitalista, de fazer, pelo menos, a abertura comercial de maneira que não
arrebente as empresas brasileiras, e foi feito assim, acabou de dizer o
Presidente do SINDILOJAS. Essa é a grande preocupação do setor lojista na nossa
Capital. A nossa Prefeitura ainda mantém, mesmo assim, a sua sanidade financeira,
o que a gente não sabe é se vai ser conseguida para o ano que vem. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Vera. Helena Bonumá está com a palavra,
em Grande Expediente.
A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
aproveito este tempo de Grande Expediente, não acompanhei todo o discurso do
nosso Líder, em primeiro lugar para registrar que, ontem, participamos do
segundo turno do Encontro Municipal do Partido dos Trabalhadores, onde elegemos
o novo Presidente, o companheiro Waldir Bohn Gass. A votação de ontem fechou um
ciclo de debates na nossa Cidade, de encontros municipais que começaram no mês
de agosto, através de encontros nas dez zonais do Partido; tivemos um encontro
municipal e, agora, o segundo turno dessa votação.
O
PT encontra-se em processo de preparação do seu segundo congresso, num momento
de extrema dificuldade da vida nacional, como nós todos temos acompanhado. Esse
congresso é importante porque redefine os rumos do nosso Partido, as formas de
organização do PT e as estratégias que vamos usar no próximo período no combate
ao Governo de Fernando Henrique Cardoso, na oposição a Fernando Henrique;
oposição à política econômica ditada pelo FMI, em nosso País, e na articulação
da sociedade organizada em defesa dos direitos do povo brasileiro, em defesa da
nossa soberania e na construção de um governo alternativo, que seja um governo
popular de fato, que resgate os interesses históricos e as necessidades
históricas do povo brasileiro.
É
importante que se diga que, no ano que vem, comemoraremos, entre aspas, na
realidade nós registramos, em abril do ano que vem, uma história de 500 anos de
opressão e de exploração no nosso País. Ele foi colonizado e atualmente é
neocolonizado.
Temos
um débito - nós, que eu digo, são as pessoas que ocupam cargos públicos, são os
políticos, os partidos - muito grande com povo brasileiro e neste momento de
congresso do Partido dos Trabalhadores, nesta conjuntura de resgate dos 500
anos da nossa opressão, é um momento particularmente importante. O nosso
processo aqui em Porto Alegre é extremamente rico, onde mobilizou a militância
em torno dessa discussão; considerando que, também, além das discussões
regionais, tivemos os encontros setoriais da juventude, das mulheres e anti-racismo.
Temos,
portanto, um período de discussão muito rico, na busca de produzir as nossas
teses para enfrentarmos, no ano que vem, as eleições municipais. No próximo
período construir uma alternativa nacional.
Sabemos
- e muito tem sido dito desta tribuna - os problemas que os nossos Municípios
enfrentam. Problemas que agora, com essa reforma tributária que o Governo
Federal está propondo, tendem a se agravar, porque se a Constituição de 1988
trouxe mais democracia, no sentido de estabelecer mais poder aos Municípios e
de conferir aos Municípios instrumentos legais que possibilitassem uma gestão
mais democrática e o estabelecimento das políticas e a municipalização das
políticas, é bem verdade que, de lá para cá também, sob sucessivos governos
neoliberais, nós temos dificuldades cada vez maiores, em função dos recursos
que não nos são repassados, - para as políticas públicas - ou dos recursos que
nos são confiscados. Então, nós vivemos num momento, pré-eleições municipais,
de extrema gravidade para os nossos Municípios, sob risco, ainda, dessa reforma
tributária. Então, são elementos que compõem o quadro que nós caracterizamos
como um quadro de agravamento.
Talvez
nós possamos dizer que, de 89 para cá, nós, enquanto País, nunca tenhamos
vivido um processo tão grave de crise, ainda agravado mais pela falta de
legitimidade crescente deste Governo Federal, que tenta-se agarrar em alguns
programas ditos sociais, nos quais a Nação não acredita mais; está cansada.
Nós
queremos que, a partir de um aprofundamento dessa discussão e de uma relação
ativa com os movimentos sociais, o Partido dos Trabalhadores, com os demais
partidos de oposição, conseqüentes, com os partidos de esquerda e com os
movimentos sociais, nós possamos, no ano que vem, nas eleições municipais,
produzir, já um primeiro passo de uma alternativa que fatalmente terá que ser
uma alternativa nacional ao Governo de Fernando Henrique Cardoso.
É
importante que se diga que agora nós tivemos, nós temos, nós vivemos um período
de recuperação do movimento social e isso é importante porque as conjunturas
crescentes de crise, de desemprego e inclusive de repressão aos movimentos,
como nós vivemos, no Brasil, elas causaram dificuldade de organização nos
movimentos sociais. Podemos caracterizar que, neste ano, nós vivemos um
processo de recuperação das lutas, recuperação dos movimentos organizados. Nós
tivemos a exemplar Marcha dos Sem-Terra sobre Brasília, que foi acompanhada de
outros movimento sociais. Nós tivemos a marcha dos Cem, em Brasília, no mês de
agosto, que demonstrou, com participação nacional de todas as regiões do
Brasil, o descontentamento com este modelo econômico ditado pelo FMI e com as
políticas do Governo Federal. Agora nós temos, no dia dez de novembro, a
paralisação geral. Uma greve de um dia para demonstrar, como um marco na
mobilização dos trabalhadores, um marco na mobilização do povo brasileiro, para
demonstrar que nós não agüentamos mais. Mobilizados em torno das eleições do
ano que vem e das lutas sociais, nós buscamos uma alternativa mais de fundo
para o nosso País.
Os
nossos encontros têm esse objetivo e é para isso que o PT se volta neste
período, buscando estreitar, ainda mais, as suas relações com as lutas e
movimentos sociais. Em Porto Alegre, o processo de encontro que nós vivemos, e
que foi coroado com a indicação do companheiro Valdir Bohn Gass para a
Presidência do Diretório, teve esse sentido. O PT, em Porto Alegre, é
extremamente rico e múltiplo e tem dado uma demonstração do seu compromisso
popular, através da sua inserção em diversos movimentos populares. Para nós,
este processo que agora segue, através do encontro Estadual e, em novembro, do
nosso Congresso, tem esse sentido principal: pensarmos, repensarmos e
decidirmos, enfim, a nossa estratégia de luta para o próximo período com um
objetivo claro de que temos que aprofundar a oposição ao Governo Fernando
Henrique Cardoso, articuladamente com os demais partidos de oposição neste
País, ou seja, com as forças sociais todas que são contrárias a este Governo e
que querem um Governo democrático e popular, a exemplo do que nós temos em
Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul, para o País inteiro. São muitos
os movimentos e as luas sociais nesta Nação que trabalham nesse sentido. Isso,
evidentemente, articulado com o processo de eleições para o ano que vem.
Queria,
então, para encerrar, salientar o dia 10 de novembro como um momento importante
na articulação dessas lutas, com esta paralisação nacional que o Movimento dos
Sem-Terra, a CUT e demais movimentos sociais estão planejando. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Apregoamos a Emenda nº 08 ao PLE nº
24/99.
O
Ver. Hélio Corbellini está com a palavra no período de Grande Expediente.
O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores.
O assunto da segurança pública é um assunto recorrente nesta Casa. Depois do
intenso debate que aconteceu na semana passada, por parte de alguns Vereadores,
não podíamos deixar de abordar esse tema, dizendo que nos preocupam em demasia,
nos preocupam mesmo, algumas manifestações que anseiam pela volta da barbárie.
Estão enganados os que pensam que se combate a violência com violência. Há toda
uma história, o mundo está repleto de exemplos de que a violência só gera e só
faz aumentar a violência. Esses que anseiam por violência são homens de pouca
fé. São homens de pouca fé porque os dados, as pesquisas demonstram esse fato.
Ontem
assistia, pela Internet, à polêmica sobre portar ou não armas, e quase todos os
dados estatísticos demonstram que quem porta arma tem 60% mais possibilidades
de morrer - não é nem ficar aleijado. E por aí afora.
Quando
o Ministro e o Secretário falam que muitas das penas que existem em nossos
presídios - essas universidades de crime que temos no Brasil - poderiam ser
transformadas em penas alternativas, há um levante geral, um clamor geral,
porque esses preferem a eliminação física, esses não reconhecem que o nosso
sistema penal está falido, mas, principalmente, vivem um conceito de segurança
absolutamente atrasado e passado na vida, no nosso entender.
Diante
disso, nós sempre discutimos e vamos, novamente, dizer que, ou se refundam os
conceitos de segurança pública, se muda o seu caráter de segurança pública, ou
então não é possível resolver a questão da segurança pública, a segurança do
cidadão. É óbvio que na medida em que eliminarmos e diminuirmos o caos social,
o desemprego, nós, evidentemente, teremos mais famílias agregadas e mais
possibilidade de termos segurança. Mas isso não basta! É necessário que a
segurança esteja calcada num eixo só, que é o eixo da preservação da vida do
cidadão.
Esse
não é um debate de Porto Alegre, esse não é um debate do Rio Grande do Sul,
esse não é um debate do Brasil: esse é um debate que acontece no mundo, um
debate globalizado. Os problemas de segurança também foram globalizados; os
destinos da segurança, o seu caráter e as suas soluções também estão
globalizados. E todos apontam para um só caminho: o de se fazer uma segurança -
o que aqui no Rio Grande do Sul chama-se segurança-cidadã - em cima desse
critério, tendo, como centro, a preservação e a defesa da vida do cidadão e não
mais as leis de segurança nacional ou o patrimônio dos cidadãos da sociedade.
Para
isso, nós novamente estamos, depois de discutir com muitos cidadãos, com muitas
associações, com o pessoal da Brigada Militar, com o pessoal da Polícia Civil,
estamos reapresentando o nosso Projeto do Conselho de Segurança Comunitária,
agora sob forma de Substitutivo àquele primeiro Projeto.
O
sentido dessa reapresentação é convidar esta Câmara, o Governo Municipal, a
discutir esse aparelho essencial e necessário, porque a segurança é uma
responsabilidade de todos, é uma via de duas mãos, ela vem e vai. O cidadão que
precisa receber a proteção também tem que se comprometer com a discussão e as
prioridades do seu bairro, seu local de trabalho, seu Município, porque, senão,
não iremos fazer da segurança isso que se quer: ter, o homem, a defesa à vida
como eixo principal. É um convite a todos o debate.
Eu
concordo com todos aqueles que criticam, de certa maneira, todas as esferas
públicas que não estão conseguindo resolver o problema, mas poucas vezes nós
fazemos e apresentamos propostas alternativas.
O
Conselho de Segurança Comunitária é uma proposta nacional de meu Partido. O meu
Partido está sugerindo a todos aqueles que venham a fazer campanhas no ano que
vem, que adotem, como plataforma, nessa área, como programa e política pública,
a implantação desses Conselhos Comunitários de Segurança.
Não
é só o Conselho da Saúde, da Educação, do Idoso, da Criança e do Adolescente e
dos Entorpecentes. É necessário que se tenha, definitivamente, um Conselho de
Segurança Comunitária em Porto Alegre que complemente, já que esta é sempre a
grande preocupação de todos os cidadãos e nós temos que responder a essa
demanda da sociedade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Isaac Ainhorn inscreve-se e cede
seu tempo ao Ver. João Dib, com a aquiescência dos demais inscritos.
O
Ver. João Dib está com a palavra, em Grande Expediente.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quem
olha os jornais de hoje pode ter a nítida impressão, se não vive em Porto
Alegre há algum tempo, que a Cidade está começando a ser preparada para o
futuro, que a Cidade, no passado, era um aglomerado de algumas coisas
equivocadas, e por aí afora, que quando chegou a Administração da Prefeitura,
nesses últimos três mandatos, foi que a Cidade entrou nos eixos.
Em
1957 - eu lembro muito bem, o Prefeito de então era Leonel de Moura Brizola -,
Porto Alegre recebeu o título de cidade de melhor qualidade de vida do Brasil.
Depois
disso, muitas vezes eu vi Porto Alegre receber esse título, sendo que, quando
eu fui Prefeito, Porto Alegre o recebeu três vezes. Só que eu não fazia
publicidade! Como o PT faz muita publicidade, eu tenho a impressão de que, ao
longo de onze anos, eles receberam esse título duas vezes apenas, porque a
publicidade que fizeram em cima dessas duas vezes foi muito grande. Como eu não
fiz publicidade nenhuma, eu entendi: eu ganhei três vezes, tendo ficado só três
anos na Prefeitura. Não cheguei a completar três anos, mas, nos três anos em
que lá estive, a Cidade teve o título de Capital de melhor qualidade de vida em
todo o Brasil.
Agora,
os jornais de hoje dão a entender que a Cidade está sendo preparada para o
futuro. Eu só pergunto: se o Dr. Célio Marques Fernandes - eu nem vou começar
pelo Dr. Loureiro da Silva - não tivesse desapropriado áreas que desapropriou,
se não tivesse preparado algumas coisas, como é que esta Cidade andaria? Se o
Dr. Telmo Thompson Flores não fizesse as obras que fez - cito uma, o Complexo
da Conceição; do Vilella só vou citar os corredores - como seria esta Cidade
com esta Administração maravilhosa que ai está, que diz que está preparando a
Cidade para o futuro, que vai fazer as perimetrais?
Recebi
um livro do Ver. Guilherme Barbosa, quando Diretor do DMAE, na oportunidade que
o DMAE fazia 30 anos, e descobri que o DMAE existia antes do PT. Fui o quarto
Diretor do DMAE. Em 68, nós não tínhamos mais que 60% da população abastecida.
Mas eu também não fazia propaganda, talvez tenha falhado, e fiz um plano de
abastecimento do Alto Petrópolis, junto com a coletividade, sem ser Orçamento
Participativo. A coletividade e o DMAE fizeram e abasteceram o Alto Petrópolis,
o que deu credibilidade para o DMAE fazer a mesma coisa no Sarandi. Hoje, temos
97% ou 98%, não chega a 99% porque aquela vila da represa, que vem aqui, que
tem alguns milhares de pessoas, não tem água.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Quando decidimos fazer esse livro, escrito pelo jornalista André
Pereira, com redação excelente, uma das decisões foi ouvir todos os
ex-diretores do DMAE, e V. Exa. também contribuiu com as memórias e reflexões
sobre o DMAE. Acho que é um documento importante para a Cidade.
O SR. JOÃO DIB: É um documento importante, sem dúvida
nenhuma. Mas o DMAE é uma entidade extraordinária - quando falo fico até
emocionado -, fui diretor duas vezes, que fizemos crescer, fazendo os convênios
com o Alto Petrópolis e o Sarandi. Entregamos a Prefeitura para a Administração
do Partido dos Trabalhadores com 97% ou 98% da população abastecida.
É
claro que em 75 ou 76, quando voltei à Direção-Geral do DMAE, deixei pronto o
projeto para ampliação da capacidade de tratamento de todas as estações da
Cidade. Não só deixei o projeto pronto como iniciei a sua implantação, porque
nunca se poderia fazê-lo de uma só vez, pois haveria necessidade de implantá-lo
com as estações em funcionamento. Mas também não fiz propaganda. Poderia contar
uma série de coisas das quais participei com os Prefeitos extraordinários que
foram: Guilherme Socias Villela, Thompson Flores, Loureiro da Silva, Célio
Marques Fernandes. Agora, estão preparando a Cidade para o futuro. Todas as
perimetrais estão abertas, as três.
Esses
dias o Prefeito falava na IV Perimetral, mas já corrigiu, porque a Manoel Elias
não é Perimetral, até porque a IV não tem traçado definido e não vai ser pela
Manoel Elias. Pelo menos uma coisa aqui eu vejo: uma parte da III Perimetral
está concluída, que é o Binário Edu Chaves/ Souza Reis/ Ceará/ Pereira Franco,
e que no dia 31 de dezembro de 1983 o Prefeito João Dib inaugurou; como também
o Ver. João Dib, em 9 de maio de 1978, abriu a III Perimetral na presença do
Prefeito Guilherme Socias Villela e do Secretário de Obras, Jorge Englert; como
também naquele mesmo dia, à tarde, abrimos a I Perimetral. Então, a Cidade
estava preparada para o futuro, mas estava um pouco parada. Estavam pintando
cordões, fazendo algumas pequenas obras disseminadas em toda a Cidade - não
tiro o mérito disso -, mas a Cidade não estava se preparando para crescer, até
porque crescíamos a frota de veículos e não havia, na contrapartida, melhorias
no sistema viário. Praticamente, nada foi feito no sistema viário.
Dirão
que fizeram a terceira pista da Sertório; fizeram. Por falta de recursos, não
tínhamos feito, porque não dispúnhamos de tanto dinheiro quanto dispõe a
Prefeitura hoje. Eu só pude fazer duas pistas; agora, a Prefeitura fez a
terceira pista. Mas também liguei a Av. Sertório com a Baltazar de Oliveira
Garcia e não vi fazerem nenhum melhoramento na Baltazar de Oliveira Garcia, que
foi pavimentada em 1983 e, desde então, não houve reparos na sua pavimentação.
Ontem
à noite eu passava na Av. Carlos Gomes e imaginava, se não tivesse sido
alargada para doze metros, como seria a circulação naquela artéria. Vai ser bem
melhor agora, vamos ter a III Perimetral. Mas imaginem só: foi feita em 1983 e
nada foi feito para recuperar alguma falha na pavimentação. Nada. Mas eles
estão preparando a Cidade para o futuro com obras que a Cidade esperava e que
estavam programadas, projetadas no passado, antes dessas administrações que aí
estão, que estão sendo realizadas com muito dinheiro.
Na
minha “bíblia petista” diz que os três anos em que a Prefeitura teve menos
dinheiro, nos últimos vinte, foram os três anos em que administrei a Cidade. E
eu não fiquei devendo muito em obras; agora, em publicidade eu devo tudo: das
obras que fiz, não fiz publicidade; imaginem das que não fiz.
Vou
encerrar, Sr. Presidente, para não deixar o Ver. Juarez Pinheiro intrigado e
preocupado, dizendo: Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO: O Ver. João Dib acabou de dizer, na
tribuna, que no seu governo não fazia publicidade. A publicidade é a
publicidade legal, entendo assim. Então, S. Exa. acabou de dizer que não fazia
editais de licitação. Fico um pouco preocupado, penso que essa questão merece
esclarecimento. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra.
Cede o seu tempo ao Ver. Pedro Américo Leal, que está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Senhor Presidente e Senhores Vereadores,
parece surpresa um Vereador do PDT ceder o seu lugar a um Vereador do PPB para
que ele use da palavra. É um gesto gentil e amigável do meu companheiro João
Bosco Vaz que muito agradeço.
O
que me terá trazido à tribuna para que eu use da palavra no horário e na vez de
um companheiro que não é do meu Partido? Resisti às palavras do Ver. Fernando
Záchia, que me impulsionava, me instigava até para que eu falasse da Segurança
Pública, tais sãos os crimes em Porto Alegre, que agora inaugura o ciclo do
seqüestro. Embora a Polícia Civil e a Brigada Militar se ufanassem por essa
espécie de crime estar banido do Rio Grande, está aí o seqüestro da Sra.
Starosta, um seqüestro que não tem explicação. O seqüestrador, depois de ter o
dinheiro, em Porto Alegre, vai a Torres para libertar a refém. Eu não entendi,
como polícia que fui um dia, esses arroubos de atenção que teve o seqüestrador
para com a refém. Mas eu resisto.
Não
venho, aqui, falar do Bruno, que desapareceu há cem dias; nem da Bruna, que
levou um tiro estúpido de um mecânico lá por Tramandaí; tampouco da
retroescavadeira que colocou o Zoológico abaixo para levar trinta mil num
cofre, para que a polícia estivesse até hoje atarantada para saber quem
praticou o crime. Não! Eu venho aqui, Sr. Presidente Ver. Adeli Sell - se V.
Exa. me der atenção - para reclamar, e tenho condições morais para reclamar,
porque me debati como nenhum outro Vereador se debateu para trazer o Plenário
aqui para baixo, para, com o apoio de Clovis Ilgenfritz, inaugurar a Televisão,
para fazer as melhorias do Plenário, para mudar o Regimento. Pateticamente
pergunto: onde está a divulgação da Câmara Municipal? Onde está? Não sei,
porque da Câmara Municipal não se fala. Eu sei que não vai ser bem-recebido
pela impressa esse meu discurso. Paciência, mas eu vou falar o que sinto. Qual
a divulgação que esta Câmara tem? Digam-me. E como se trabalha aqui dentro?
O
Ver. Elói Guimarães fala em dinheiro, mas é preciso dinheiro para se falar,
para divulgar o que os homens públicos do Município de Porto Alegre falam? É
preciso dinheiro? Não quero ser Vereador; se tenho que comprar a minha palavra
para ser divulgada, não quero ser Vereador. A minha palavra tem que ser
divulgada pelo que ela representa, pela essência dela, e a imprensa tem a
obrigação de divulgá-la. Não fosse a televisão, nós éramos os Vereadores
solitários de Porto Alegre, falando para as paredes da Câmara, reduzidos a um
canto dessa maravilhosa horta, desse maravilhoso sítio, desse rancho campeiro
que abriga a Câmara Municipal, e nada mais. E colocam notícias de Brasília, do
Paraná e da Assembléia, mas da Câmara ninguém publica. Da Câmara ninguém
coloca. Por quê? E os releases saem
às 17h. Para que release? Não mandem
mais releases porque os editores não
editam nada. Os repórteres da Casa, do gabinete de jornalismo não devem mandar
mais nada: deixem-nos entregues às traças, porque eles não publicam. E por que
não publicam? Eu sei que vai um calhamaço de papel às 17h. Eu soube que, às
17h, saem duas viaturas, diariamente, gastando gasolina, durante 1h, e os
editores não publicam nada. Para que trabalhar? Nós trabalhamos porque
queremos.
E
o Presidente Fernando Henrique Cardoso ainda proclama, em Brasília, que, de
setenta e cinco mil Vereadores - e ele calcula mal, pois calcula mal toda a
dívida interna e externa do Brasil -, ele multiplica por dois, e chega à
conclusão de que há cento e cinqüenta mil criaturas à disposição dos
Vereadores. Há muito mais, Sr. Presidente: há seis para cada Vereador. Nós não
precisamos esconder nada.
É
muita petulância não publicar coisa alguma. Por que então reuniram os
Vereadores, por 3 horas, no jornal Zero Hora, para falar a respeito da
divulgação da Câmara de Vereadores? Para quê? Para nada. Não querem ouvir, mas
vão ouvir, porque eu vou continuar falando. Para que haver gabinete de imprensa
e viaturas transitando às 17h, em busca dos periódicos, televisões e rádios, se
nada é publicado?
Na
quarta-feira, houve, aqui, um debate muito grande sobre segurança pública. V.
Exas. sabem o que colocaram no jornal Correio do Povo? Um termo que eu não
conhecia, e até perguntei ao Ver. João Dib, que conhece todos esses termos: bufunfa. Quer dizer, é ridicularizar a
Câmara. Eu não aceito isso. E de dedo na cara da imprensa, eu digo: “Comigo,
não!” Não é a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira vez: desde que eu
estava na Assembléia, eu venho à tribuna e coloco a imprensa junto ao córner do
ringue. Ela que cuide mais da Câmara Municipal. Ela que preste mais atenção aos
Vereadores e não nos reúnam nos jornais, fazendo planos de divulgação futuros, que
acabam em nada e redundam em coisa alguma. Respeito com os Vereadores, senhores
da Imprensa de Porto Alegre! Respeitem-nos, porque, aqui, há 33 homens e
mulheres honrados que trabalham diuturnamente, expediente por expediente,
fazendo jus ao seu mandato. E um
gabinete de imprensa que dá vazão a calhamaços de papel diariamente, e nada é
publicado.
Os
editores estão coçando a cabeça com um lápis e não fazem nada! Querem saber que
matéria vão colocar e colocam de Brasília, coisas que não nos interessam, já vem
resumidas coisas que não interessam ao Rio Grande. Coisas que interessam ao Rio
Grande estão em Porto Alegre, estão no Rio Grande do Sul.
Bem,
eu tinha que dizer o que disse, e estamos conversados. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra,
em Grande Expediente.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, os
meliantes na Cidade de Porto Alegre, Ver. Pedro Américo Leal, não livram mais
nem a cara do Governador. A cada ida à Av. Assis Brasil, ou roubam o carro do
Governador ou fazem tiroteio com o carro do Governador.
Eu,
sinceramente, fico perplexo. Se o Sr. Governador do Estado, que tem a sua
residência, ali, no início da Assis Brasil, passa por situações dessa natureza,
na Rua Portugal, na Rua Lusitana, V. Exas. podem avaliar e observar o que sobra
para o resto da sociedade? O que sobra para o cidadão comum desta Cidade? O Sr.
Governador já teve roubado, por duas vezes, o seu carro, que estava estacionado
próximo ao local de sua casa, um tradicional prédio do BNH, em cuja parte
inferior está uma agência do Banco do Estado do Rio Grande do Sul. Seu carro
foi roubado, uma vez, na Rua Portugal, próximo à sua casa e, na outra vez, com
seguranças dentro, foi vítima de um ataque perpetrado por meliantes.
Passando
as páginas dos jornais diários da Cidade de Porto Alegre, defrontamo-nos com a
dramática situação da segurança pública em nossa Cidade. Outro dia, fui na Zona
Norte, no Jardim Itu-Sabará, na Praça Itzak Rabin, e ali recebi um SOS da
comunidade: “Não agüentamos mais, os assaltos são da manhã à noite. Façam
alguma coisa pela Cidade, os Senhores, que são Vereadores, os Parlamentares, os
Deputados”. Conversa-se muito, fala-se muito, mas nada se faz pela segurança
dos cidadãos.
Penso
que o assalto ao carro do Sr. Governador do Estado, por duas vezes, é um aviso
muito emblemático da situação em que se encontra a segurança pública na Cidade
de Porto Alegre e na Região Metropolitana. Os jornais não registram 10% do que
acontece de atentados, assaltos e ataques.
Na
semana que passou, foi perpetrado um seqüestro na Cidade de Porto Alegre. A
pouca incisividade das autoridades da Segurança Pública, cuja competência é do
Governo do Estado, que tem à frente pessoas de um descortino e de uma experiência
nas letras jurídicas, permite o assanhamento dos meliantes e nada se faz. Será
que vamos chegar ao ponto em que as pessoas vão apelar para que as Forças
Armadas, mudando sua destinação constitucional, comecem a assumir a Segurança
Pública, no Estado, pela nossa incompetência em geri-la, com assaltos a bancos,
seqüestros e violências de toda a ordem, pois nem a cara do Sr. Governador do
Estado e de sua esposa foi livrada?
Façam
alguma coisa! Algo deve ser feito! Esta tribuna deve ser o instrumento de apelo
às autoridades governamentais, ao Sr. Secretário da Segurança Pública. A
insegurança, Sr. Governador, chegou à sua família!
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Isaac Ainhorn, acompanho atento a manifestação brilhante de V.
Exa. Na História Republicana, agora, vê-se o maior índice estatístico de
acontecimentos dessa natureza. Em questão de poucos meses, duas vezes o carro
do Governador sofreu atentados.
O SR. ISAAC AINHORN: Isso é algo, realmente, inusitado, Sr.
Presidente, e eu estou falando das ruas e dos bairros da classe média, da alta
classe média e dos ricos da Cidade de Porto Alegre; agora, a periferia, esta já
vive o clima de pavor há muito mais tempo. Há tiroteios e violência nas vilas
de Porto Alegre. Hoje mesmo os jornais registram morte na Vila Bom Jesus, e
outras violências em outras vilas de Porto Alegre. A Cidade está com medo!
Porto Alegre é uma Cidade que tem uma população estável de um milhão e
trezentos mil habitantes. Se falássemos do Rio de Janeiro ou São Paulo, que são
Cidades com regiões metropolitanas de quinze milhões de habitantes de
habitantes, de dez milhões de habitantes; somos um milhão e trezentos mil
habitantes na Cidade de Porto Alegre, três milhões de habitantes na região metropolitana,
e somos, verdadeiramente, incapazes de buscar uma solução para a questão da
segurança pública na Cidade de Porto Alegre. Sinceramente, Sr. Presidente,
preocupa-nos e nos apavora.
Vamos
esperar, por acaso, que o assalto seja à luz do dia, nas próprias Casas
Legislativas? Onde instituições bancárias já foram assaltadas dentro dos
Legislativos na Cidade de Porto Alegre? O que mais vamos esperar? O pavor que
toma conta da Cidade de Porto Alegre, o medo, a insegurança, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores. Alguma coisa há de ser feita!
Apelamos,
neste momento, para que se pense Porto Alegre, que se pense uma alternativa
para a segurança pública em nossa Capital. Sabemos que a conjuntura econômica é
grave, que o desemprego grassa, que a crise social é grande, mas, no entanto,
esses fatos não nos podem levar a ficar numa verdadeira situação de descuido e
de omissão frente à situação de calamidade pública que vive a Cidade de Porto
Alegre em função do medo e da insegurança.
Se
cada Vereador ligado a uma região da Cidade viesse aqui fazer seu depoimento,
se a Vera. Saraí Soares viesse aqui fazer o seu depoimento sobre a Lomba do
Pinheiro e aquela região, se o Ver. José Valdir falasse do Sarandi e da sua
região - eu poderia, sucessivamente, indicar e nominar ligações de Vereadores
com diversos bairros da Cidade de Porto Alegre -, diríamos que a situação é de
medo e insegurança, e alguma coisa há de ser feita em relação a isso. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Motta está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou
aceitar a proposta de pauta sugerida por alguns Vereadores: a segurança,
enfocando dois aspectos.
Primeiro,
vou comentar duas medidas, Ver. Pedro Américo Leal, V. Exa. que é um atento
leitor e Parlamentar preocupado com essas reflexões feitas pelo Ministro José
Carlos Dias, que é o nosso Ministro da Justiça. Ele está em Porto Alegre, e,
certamente, amanhã, se os Senhores lerem a cobertura da imprensa escrita irão ler
que o Ministro está de fato convencido da necessidade de alguns mudanças na
chamada área do Judiciário, da Justiça no Brasil. Sem dúvida nenhuma, as duas
medidas, os dois temas que mais se debate, não só nos meios forenses, do
Judiciário, mas que a sociedade deve, a partir de agora, assumir como sua
também essa pauta, primeiro, é a questão do sistema de progressividade da pena
que atingirá a situação de crise em que vivemos, hoje, no Brasil, no sistema
prisional, com a superlotação dos presídios, etc. Portanto, é incluir incentivo
às penas alternativas que vêm sendo defendido, sim, pelo Ministro José Carlos
Dias.
Espero
que os Vereadores que têm criticado, Vera. Saraí Soares, declarações do nosso
Secretário de Segurança José Paulo Bisol, que façam o mesmo, critiquem o
Ministro para serem coerentes neste debate. Defendo tanto a declaração do
Ministro, como do Secretário. Ambos, estão corretos. Temos que fazer este
debate e trabalhar com a idéia que, somente ficarão nos chamados cárceres, só
serão usuários do sistema prisional aqueles casos mais graves, ou seja, que
tenham penas acima de quatro anos. Aí, sim, serão casos de detenção. Os demais
casos poderão e deverão ser enquadrados a partir das chamadas penas
alternativas como é o caso dos serviços prestados à comunidade.
Numa
segunda questão, que também o Ministro vem falando, pauta do Congresso
Nacional, a OAB está participando desse debate, deveríamos, também em alguma
Comissão da Casa chamar as entidades da nossa sociedade para emitirmos algum
tipo de opinião e contribuição para o debate, porque senão é muito fácil, Ver.
Pedro Américo Leal, vir aqui ou ouvir qualquer cidadão, ou qualquer comunidade
e criar a vã ilusão de que os Vereadores vão resolver o problema. Somente
poderemos resolver o problema se nos capacitarmos para fazer esse debate e
deixarmos de usar facilmente o microfone para fazermos afirmações genéricas,
inconseqüentes e irresponsáveis, alimentando falsas expectativas sobre a
população que clama por segurança, clama por medidas principalmente preventivas
na área de segurança. É a segunda medida proposta pelo Ministro José Carlos
Dias - e eu concordo - e é a segunda medida proposta pelo Secretário de
Segurança José Paulo Bisol - e eu concordo. É a reforma do Código Penal
Brasileiro. Não é possível mais convivermos com um Código, considerando esse
contexto que tivemos aqui ressaltado, Ver. Juarez Pinheiro, na tribuna pelo
SINDILOJAS, que as causas de insegurança estão na miséria, no desemprego e
nesse modelo econômico.
Portanto,
sem esse debate é uma falsidade querermos apresentar soluções para os problemas
nessa área de Segurança. Ao contrário, vamos alimentar a insegurança do cidadão
que já é muita, já pagam acima daquilo que é o suportável por cidadãos que
convivem dignamente nas suas comunidades.
O Sr. Elói Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, para dizer que a exemplo do que fizemos, e V. Exa. foi um
dos que mais contribuiu com as questões do presídio, há 2 anos atrás, na
Comissão de Constituição e Justiça, já estamos estudando e faremos um encontro
debatendo essas questões da aplicação do Código Penal, alteração do ponto de
vista da responsabilidade penal e etc e V. Exa. participará desse debate.
O SR. JOÃO MOTTA: Quero saudar, portanto, a iniciativa do
Ver. Elói Guimarães, na Condição de Presidente da Comissão de Justiça e que nos
informa que a Comissão está agendando esse debate, portanto, fazendo com que a
Câmara se debruce sobre o tema de modo conseqüente e responsável, como deverá
ser. Ver. Elói Guimarães, nós que estamos com essa preocupação, estaremos lá.
Sobre
o tema da reforma do Código Penal, sem dúvida nenhuma, Ver. Pedro Américo Leal,
a grande polêmica é sobre a jurisdicionalização do inquérito, passando a
competência do inquérito, hoje de exclusividade da autoridade policial, para a
autoridade do Ministério Público. A intervenção da autoridade policial não
desaparecerá, mas o inquérito será coordenado e de responsabilidade do
Ministério Público, agilizando os inquéritos e oportunizando que, já na fase do
inquérito, haja o direito de defesa do indiciado, coisa que hoje só é possível
depois. Nós estaríamos, assim, resumindo as várias fases do chamado processo de
investigação e, a posteriori, de penalização do indiciado.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de chamar a atenção do Plenário sobre
como eu acho que deve ser feita a discussão sobre segurança, para que os
Vereadores não reproduzam uma conduta meramente ilusionista ou irresponsável,
porque o tema, de fato, é complexo e merece, pelo menos, uma atitude reflexiva
da Câmara Municipal. Eu gostaria, mais uma vez, de manifestar a minha
solidariedade à iniciativa da Comissão de Justiça, assim esses temas que
envolvem a sociedade serão debatidos com mais profundidade, não apenas com a lógica
do discurso simplificado, fácil e irresponsável, na minha opinião. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu tomei conhecimento,
agora, que integrarei a Comissão Especial, constituída para analisar um
Projeto, de autoria do ilustre Ver. José Valdir, cuja ementa altera a redação
do item 2, alínea “a”, inciso I, do artigo 15, da Resolução nº 11/78. A
Resolução envolve o Regimento desta Casa. O Presidente constituiu a Comissão e
ela deveria ser instalada. Agora, tomo conhecimento de que a reunião foi
instalada e escolheram o Presidente e o Relator, nada contra os indicados, ao
contrário, nós até poderíamos concordar e aprovar as indicações havidas, são
Vereadores ilustres e que merecem toda a nossa confiança. Agora, a Bancada do
PDT, através do seu Líder, não vai concordar com conchavos e com instalações de
Comissões sem que haja a convocação da reunião ou que, no mínimo, seja
consultado o Líder da Bancada do PDT. E tenho conhecimento de que outras
Lideranças da Casa não foram consultadas para indicação do Presidente e do
Relator dessa matéria, que envolve o Projeto de Lei do Ver. José Valdir.
Nós
queremos dizer que essa prática não é uma prática compatível com uma Casa que
age dentro dos mais claros e sagrados princípios da democracia parlamentar.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, eu proponho, se for
da concordância do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que ainda
durante a Sessão de hoje, o Ver. Elói Guimarães patrocine essa reunião e nós
chegaremos a um bom entendimento. Se o Vereador concordar, poderemos dirimir
essa questão ainda hoje.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, a regimentalidade, a tramitação, só para colaborar com V. Exa.,
é a seguinte: feitas as indicações por todas as Lideranças, instalada,
formaliza, e ele formalizou. Através do documento, em conformidade com o
parágrafo 1º do art. 63, do Regimento ele constituiu a Comissão Especial. E
esta Comissão foi constituída para analisar a matéria proposta no Projeto. Daí,
encaminhado ao Ver. Lauro Hagemann, na condição de Vereador mais velho da Casa,
certamente deve ser este o critério, e eu só tomei conhecimento agora, de uma
reunião já realizada, em que o Presidente e o Relator da Comissão já estavam
adredemente escolhidos e eleitos e agora, simplesmente, estão recolhendo as
nossas assinaturas. Não é uma prática saudável e a Liderança do PDT manifesta a
sua inconformidade.
O SR. PRESIDENTE: Nós, então, esperaremos a vinda do Ver.
Lauro Hagemann.
O SR. ISAAC AINHORN: Vou passar o Processo a V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: Perfeito. Nós daremos encaminhamento com
o Ver. Lauro Hagemann, quando ele voltar. Certamente chegaremos a bom termo
aqui nesta Casa, como temos trabalhado. Ver. José Valdir, V. Exa. tem alguma
objeção?
O SR. JOSÉ VALDIR: O Projeto que o Ver. Isaac Ainhorn se
refere é o Projeto que cria o Orçamento Participativo na Câmara de Vereadores?
O SR. PRESIDENTE: Exatamente, é o Projeto de V. Exa.
Obrigado Senhores Vereadores. Passo a Presidência dos trabalhos ao nobre
Presidente desta Casa, Ver. Nereu D’Ávila.
O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Srs. Vereadores, temos a grata satisfação
de receber o Sr. Embaixador da Hungria, Dr. Gábor Tóth; a Senhora Cônsul da
Hungria, Dra. Veronica Ruttkay Pereira; e a Embaixatriz da Hungria, Dra. Marta
Zádor de Tóth. O Sr. Embaixador veio trazer suas despedidas formais, já que
está indo embora do Brasil.
Queremos
dizer ao nobre Embaixador que para esta Instituição, Câmara Municipal, que ele
já conhece, pois esteve aqui em outras oportunidades, é uma grande honra
recebê-lo por ocasião da sua despedida de nosso País. Queremos dizer que este
País, este Estado e esta Cidade que representamos tiveram imensa satisfação em
tê-los conosco.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para que, em nome da Casa, faça as
saudações ao nosso ilustre Embaixador que hoje, tão gentilmente, comparece ao
nosso Legislativo.
O SR. ISAAC AINHORN: Exmo. Sr. Presidente desta Casa, Ver.
Nereu D’Ávila; Exmo. Sr. Embaixador da Hungria em nosso País, Dr. Gábor Tóth; Dra.
Cônsul da Hungria em nosso Estado, Dra. Veronica Ruttkay Pereira; Sra.
Embaixatriz, Dra. Marta Zádor de Tóth.
Para
nós, mais uma vez, a exemplo do que tem acontecido, anualmente, desde 1995,
certamente coincidindo com a sua investidura como Embaixador dos negócios da
Hungria em nosso País, e também com a presença firme e decidida da
representação da Hungria em nosso Estado através da Sra. Cônsul Veronica
Ruttkay Pereira, nós nos sentimos extremamente honrados, mais uma vez, em recebê-los
na representação política da Cidade de Porto Alegre. De um lado, alegres por
recebê-los, de outro lado, já, com uma ponta de tristeza por vê-lo partir,
embora os contatos não sejam tão amiúdes, mas sempre a sua vinda a este Estado
e a esta Cidade nos marcou muito pela sua presença, pelo carinho e atenção que
dedicou ao povo porto-alegrense, onde temos uma pequena, mas significativa
comunidade húngara na Cidade de Porto Alegre. Nós gostaríamos também de
expressar a V. Exas. o reconhecimento que temos por esse País da Europa
Central, que teve e tem uma importância fundamental na história contemporânea,
porque foi a partir da Revolução de 23 de outubro de 1956, que o povo húngaro,
sob a liderança Imre Nagy, se levantou contra o tacão e o autoritarismo centralizador
da União Soviética. Mil novecentos e cinqüenta e seis marcou o início de um
processo que se concluiu, com certeza, com a queda do Muro de Berlim e com a
desagregação daquele império, que era um império artificial, não tinha bases
reais e que levou a sua separação da União Soviética, retornando às antigas
raízes as diversas repúblicas que compunham aquele império. A Hungria teve um
papel decisivo nesse sentido. A Hungria apontou caminhos para o mundo, para a
liberdade, para a democracia, para o socialismo com democracia e com liberdade.
É este o reconhecimento que aqui fazemos hoje. Um País que preza e que resolve
as suas questões internas através da representação plural da sociedade húngara
naquela região. Deu exemplo para o mundo. Certamente, os fatos, apesar de
passados um pouco mais de 40 anos, ainda são muito recentes para compreendermos
a importância e o papel que teve o povo húngaro naquele levante e posterior
invasão soviética, onde pessoas foram metralhadas e onde o paredón tornou-se a prática para suprimir aqueles homens que
lutaram por sua terra e pela liberdade da Hungria.
Por
essa razão, Sr. Embaixador, a sua presença anualmente nesta Casa, em que
comemoramos e registramos sempre o Dia Nacional da Hungria no dia 23 de
outubro, é uma honra para todos. Certamente, o seu sucessor manterá esse
trabalho que V. Exa. vem fazendo no Rio Grande do Sul de um maior intercâmbio
científico, comercial e cultural, até porque alguns aspectos da Hungria muito
aproximam, nós rio-grandenses, daquele importante País da Europa Central.
Por
todas essas razões, os nossos cumprimentos e a nossa satisfação em tê-lo aqui
neste momento. V. Exa. deixou uma marca no Rio Grande, nas vezes em que esteve
aqui, pela sua simplicidade, pela sua maneira cordial e pela representação e
estímulo que fez ao lado da Cônsul Geral da Hungria no Estado do Rio Grande do
Sul, de incremento das atividades comerciais, culturais e de intercâmbio entre
universidades, que têm deixado aqui resultados também na Saúde Pública,
extremamente positivos para os dois países: Brasil e Hungria. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Esta foi a homenagem, através da palavra
do Ver. Isaac Ainhorn, da nossa Câmara Municipal, às despedidas que o Sr.
Embaixador veio formular tão gentilmente para nós.
Passamos
a palavra ao Dr. Gábor Tóth, Embaixador da Hungria, para que ele possa fazer as
suas considerações. É um prazer tê-lo aqui.
O SR. GÁBOR TÓTH: (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Estou muito grato e profundamente emocionado com essa possibilidade
de estar aqui, por duas razões: primeiro, lembro daquele dia 23 de outubro,
aniversário da Revolução de 56 da Hungria, que foi declarado o Dia da Hungria
aqui em Porto Alegre, pela Câmara Municipal, por iniciativa do nobre Ver. Isaac
Ainhorn. Foi a ocasião em que me apresentei, foi uma coincidência bela,
primeiro em tributo à memória de todos os heróis, desse heroísmo, desse pequeno
povo centro-europeu que, por iniciativa própria, tentava tomar em suas mãos o
seu destino. Povo que teve a coragem, apesar de todos os pesares e de todas as
condições e circunstâncias contrárias, de querer a liberdade e a democracia.
Tenho
certeza de que as palavras do nobre Ver. Isaac Ainhorn realmente apontaram, com
clareza e com certeza, que esse foi o exemplo, não só para os próprios
húngaros, mas para outros povos que viviam sob regimes incompatíveis com a sua
natureza e com o seu desejo para prosseguir, conquistar e preservar a liberdade
que tinham herdado dos seus antepassados.
Naquele
dia em que a Hungria foi declarada como País, em forma muito especial pela
Câmara, coincidiu também com a minha chegada a esta terra dos gaúchos, esta
metrópole dos porto-alegrenses. Os Vereadores e o público em geral estenderam a
mim e a minha esposa, a Marta, o acolhimento numa recepção muito calorosa, um
calor muito especial que nos tocou o coração.
É
por essa razão que, chegando ao término da minha missão, eu não poderia deixar
de vir, porque tenho a obrigação moral de estar aqui presente nesta data, agradecendo,
retribuindo o grande gesto desta Cidade, representando o meu País neste ato
nobre. Mas também por razões subjetivas, não poderia deixar de vir e de dizer:
muito obrigado.
Obrigado
pela forma como nos receberam, pela colaboração que vocês vêm-nos oferecendo ao
longo desses anos, à Hungria, aos seus representantes, de forma permanente e
cotidiana, ao nosso Cônsul honorário e à Sra. Veronica que, com muita
dedicação, com muito trabalho e com muito amor, está desenvolvendo a sua
tarefa, justamente para representar a Hungria aqui no Rio Grande do Sul. A Sra.
Veronica é uma pessoa extremamente dedicada, não poupando esforços para fazer
bem o seu trabalho, procurando novas opções, novas oportunidades, novas formas,
novos contatos, a cada dia mais. Quando eu me pergunto por que ela faz, com
tanta dedicação, esse trabalho, eu digo, simplesmente, que ela faz isso pelo
amor que sente por ambos os Países: pelo Brasil - muito especialmente pelo
Estado do Rio Grande do Sul e por sua metrópole, a Cidade de Porto Alegre - e
pelo País que ela conheceu somente vários anos depois do seu nascimento. De
pais húngaros, a Sra. Veronica nasceu aqui, cresceu aqui e herdou esta dupla
identidade: porto-alegrense, gaúcha, brasileira de um lado, e, do outro lado,
húngara de coração.
Quero
também agradecer, por intermédio da pessoa dela, ao seu marido, o Dr. Manoel
Pereira, o apoio que vem oferecendo, e também à irmã dela, Sra. Eva, que a
apóia em todos os momentos, o que causa grande satisfação para nós, que estamos
em Brasília, sabendo que sempre podemos contar com eles.
Esta
homenagem estaria incompleta se eu não dissesse algumas palavras sobre o gesto
dos nobres Vereadores, que, pelas atividades cotidianas, também ajudavam na
realização dos projetos, das idéias que surgiam para fortalecer a cooperação, a
presença recíproca de ambos os Países. Aos Srs. Vereadores desta Câmara eu
tenho que agradecer, e agradeço de todo o coração e com muito carinho.
Para
terminar, eu apenas queria lembrar às Senhoras, aos Senhores, que, no ano que
vem, nós vamos ter uma coincidência extremamente feliz: o Brasil vai comemorar
os quinhentos anos do seu descobrimento, e os húngaros vão comemorar os mil
anos do Estado Húngaro. Foi no Natal do ano 1000, quando o primeiro rei, Santo
Estevão foi coroado, e desta maneira começou a vida moderna desse País no
coração da Europa.
Esta
será uma coincidência para que possamos ter eventos, comemorações, e ações
concretas para acelerar, ajudar essa aproximação entre os dois Países. Também
da Hungria com o Estado do Rio Grande do Sul e da Cidade de Porto Alegre.
Gostaria
de convidar os Senhores, com um recado, uma súplica, uma solicitação, que a
forma como vinham apoiando as atividades da Embaixada, da Cônsul-Honorária
Veronica Pereira, e como vinham apoiando e participando nessa colaboração,
cooperação para incrementar contatos, criando ambiente de amizade entre
porto-alegrenses e húngaros, continue depois. Com a nossa saída, vão perder
esse Embaixador, mas com certeza ganharão mais um amigo na Hungria que vai esperá-los,
que vai dar as boas-vindas quando nos honrarem com sua visita, com a procura de
contatos. Parabéns e felicidades a todos os presentes. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Deve ser registrado, além do conteúdo
extremamente competente do discurso do Embaixador, o seu excelente português,
frases formuladas as quais um professor de português elogiaria. Meus
cumprimentos, Embaixador, pelas palavras generosas em relação à nossa terra, à
nossa gente e também pela absorção dessa língua, que sei que em relação à sua,
não foi tão fácil. E nós que trabalhamos com a linguagem pela força do hábito,
sabemos que não foi fácil para V. Exa. chegar a esse ponto. Cumprimento-o pelo
aprendizado fantástico, além é claro, das palavras carinhosas que teve para
conosco, não só para nós porto-alegrenses, que aqui estamos representando a
Cidade, mas à nossa terra gaúcha e também, pelo País, já que V. Exa. é
Embaixador do seu País.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, em nome da minha Bancada,
eu queria, já que o nosso Ilustre Embaixador vai deixar o Brasil, mas vai levar
um pedaço no seu coração, que levasse uma pedra que é um pedaço do Brasil.
Peço
que o Ver. Pedro Américo Leal faça a entrega da pedra ao casal.
O SR. PRESIDENTE: É uma pedra muito bonita de Soledade,
nossa terra.
(É
feita a entrega da pedra.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos também, Nobre Embaixador e sua
gentil Embaixatriz, Dra. Marta, que V. Exas. levem um livro de poesia do nosso
Poeta Luiz Coronel, para o seu deleite, nas horas em que sentirem saudade da
nossa terra e da nossa gente, leiam-no. E, naturalmente, também vamos entregar
à nossa Consulesa, que como disse o Embaixador, a Dra. Veronica muito carinho
tem por este País.
(É
feita a entrega do livro “Porto Alegre: Que Bem Me Faz o Bem Que Te Quero” de
autoria dos Poetas Luiz Coronel e Luiz de Miranda ao Embaixador e à Consulesa
da Hungria.)
Então,
nesta despedida, se perdemos a presença do Embaixador, ganhamos um amigo na
Hungria. Certamente, quando alguém aqui de Porto Alegre para lá se deslocar,
indicaremos o nosso gentil Embaixador.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h28min.)
A
Vera. Sônia Santos está com a palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. SÔNIA SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
última quarta-feira o Ver. Guilherme Barbosa, Líder da Bancada do PT, subiu a
esta tribuna e disse as seguintes palavras: “O Ver. Cláudio Sebenelo, junto com
a Vera. Sônia Santos, aliás, eles têm-se caracterizado por serem Vereadores das
lutas inventadas, dos problemas criados, dos discursos forçados, sem base
concreta na realidade. Foi assim no caso do Projeto Hermes, foram para a
Justiça junto com a Associação e não ganharam coisa nenhuma.” Disse mais:
“Portanto é uma grande falácia, tanto é assim que a Justiça mais uma vez negou
o pedido da Vera. Sônia Santos que, de forma fraudulenta, nesse sábado,
brandindo o papel de uma liminar que já tinha sido derrubada, agitou a comunidade.
Na verdade ela, o Ver. Cláudio Sebenelo, o Dep. Eliseu Santos e mais os seus
assessores, não passavam de trinta pessoas, brandindo uma liminar que já tinha
sido derrubada há tempo, tentou parar o trabalho do Aterro Sanitário do Lami.”
Eu
digo às Senhoras e aos Srs. Vereadores que o Ver. Guilherme Barbosa não estava
no local, logo, ele não viu o que aconteceu lá: veio a esta tribuna para faltar
com a verdade. O Ver. Guilherme Barbosa faltou com a verdade quando adjetivou
de fraudulenta uma atitude que não aconteceu, numa demonstração clara de
tentativa de atacar a honra desta Vereadora. Faltou com a verdade ao dizer que
esta Vereadora agitou a comunidade, omitindo o fato de que tanto esta Vereadora
quanto o Ver. Cláudio Sebenelo e o Dep. Eliseu Santos fomos convidados pela
comunidade que fazia uma manifestação legítima e que, quando chegamos naquele
local, já se passavam duas horas e meia de a manifestação ter-se iniciado.
Faltou com a verdade ao dizer que esta Vereadora brandia papéis de uma liminar que
já tinha sido derrubada porque, em momento algum, esta Vereadora segurou papéis
nas mãos e os brandiu, tampouco essa liminar, referida por aquela comunidade,
naquele local, foi derrubada. Faltou com a verdade quando disse que a Justiça,
mais uma vez, negou pedido da Vereadora pelo fato de o Aterro não poluir, uma
vez que na liminar que foi indeferida, diz o seu texto o seguinte: “Se houver
interdição judicial isso implicaria punir outros locais com esse lixo.” Ora,
isso é uma prática fascista, embasar discursos em mentiras é uma prática
fascista e fazê-lo de modo irresponsável, atacando a vida das pessoas, não pode
acontecer. Diga-se de passagem, isso é uma prática tanto no Estado quanto no
Município, esse Partido tem isso por prática. Aqui, na Câmara Municipal, o
Líder do PT não conhece a verdade; na Assembléia Legislativa o Líder do PT,
Dep. Ronaldo Zulke, foi processado e condenado por mentiras; da mesma forma o
chefe do gabinete do Ver. Olívio Dutra, o Sr. Meliga, também foi condenado; o
Chefe da Casa Civil, Dep. Flávio Koutzii, quando era Líder do PT na Assembléia
Legislativa, fez sérias e graves acusações contra o então Governador Alceu
Colares. Houve uma CPI, finda a CPI, ficou comprovado que aquelas acusações
eram baseadas em mentiras; o nosso Governador Olívio Dutra mentiu quando disse
que levaram a FORD do Rio Grande do Sul. Pelas palavras do próprio Presidente
de honra do PT Luiz Inácio Lula da Silva a verdade veio à tona, ele disse, com
todas as letras, que Olívio Dutra mandou a FORD embora e deixou aquela platéia
estarrecida. Essa é uma prática fascista que se repete a cada dia. São mentiras
e mais mentiras. Essa é uma orientação partidária? Não podemos permitir que
isso continue acontecendo. Esta Vereadora não aceita ser envolvida em mentiras,
não aceita ser atacada, passivamente, não aceita acusações levianas feitas
desta tribuna ou em qualquer outro local, como não aceita as acusações feitas
pelo Ver. Nereu D’Ávila, na Rádio Guaíba, no programa de Flávio Alcaraz Gomes,
quando disse que esta Vereadora mandou um release
para um programa, acusando e criticando a postura dos Vereadores. Isso é
mentira, o que fiz foi mandar uma lista, a pedido do jornalista Rogério
Mendelski, e ele se responsabilizou pelas palavras que proferiu.
Esta
Vereadora não tem nada para esconder. Esta Casa não tem nada para esconder,
porque as votações são abertas e televisionadas. No afã de criticar a postura
desta Vereadora, que respondeu a um pedido de um jornalista, mandando uma lista
com a votação de todos os Vereadores desta Casa em um Projeto, trouxe suspeição
para a Câmara Municipal, como se houvesse um dedo-duro, como referiu o Ver.
Nereu D’Ávila, um entreguista, uma pessoa que conta segredos, mas, pelo que
sei, esta Casa não tem segredos. Nós temos que respeitar uns aos outros, porque
respeito é muito bom. Temos que ser responsáveis por aquilo que nós dissemos,
porque as conseqüência vêm, tanto sobre as pessoas quanto sobre a Instituição.
Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Independentemente de um parecer da lavra
do Ver. Isaac Ainhorn que fala em inviolabilidade ou imunidade parlamentar, eu
quero fazer um registro - verificarei depois quais as providências: as
expressões usadas pela Vereadora, chamando de fascista o Partido dos
Trabalhadores, coloca-se, claramente, na tipificação de uma atitude que não é
compatível com a atividade parlamentar e que fere o decoro parlamentar. Muito
obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, como Líder da Bancada do
PTB, nós endossamos as palavras da Vera. Sônia Santos. Se tiver que
processá-la, que processem o Líder da Bancada também.
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra,
para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
normalmente este Vereador tem seguido o que o Ver. João Dib repete à exaustão:
Presidente tem que presidir. Mas, diante do inusitado do fato e diante da
citação nominal deste Presidente, feito pela Vereadora que me antecedeu, não
posso deixar de ocupar a tribuna neste instante.
Este
Vereador nunca nega qualquer declaração a jornalistas e nem sequer nega
qualquer palavra porventura proferida. Na verdade, instado pelo ilustre
jornalista Flávio Alcaraz Gomes, na Rádio Guaíba, a respeito de uma lista sobre
o resultado de votação da transformação da zona rural em zona urbana do
recém-aprovado Plano Diretor, eu referi o seguinte: lutei, quando muitos
estavam embaixo da cama e lutei quando havia outros enganadores desta praça
que, infelizmente, hoje detêm mandato parlamentar. Lutei, sim, contra a
ditadura, contra a opressão, e disse lá e digo aqui, que lutamos contra o
dedurismo, contra os dedos-duros, contra os delatores de qualquer ordem e de
qualquer sexo. E continuo lutando contra os delatores e com a autoridade moral
de quem votou a favor da Emenda da ilustre Vereadora. E disse lá e digo aqui e
onde tiver que dizer novamente, que foi sim um release assinado pela ilustre Vereadora, e lido pelo jornalista
Rogério Mendelski; depois, às 11h, novamente, na Rádio Gaúcha. Eu disse que
abominava esses métodos, e os abomino, quer venham da “direita”, quer venham da
“esquerda”. Nunca gostei de cartazes espalhados pela Cidade, dos Deputados
Federais, pelo seu voto, porque lutamos, não só pela inviolabilidade parlamentar,
não para nos acovardarmos embaixo dela para proferir impropérios ou ferir a
honra de quem quer que seja, mas para assegurar o direito de dizermos, votarmos
e opinarmos conforme as nossos consciências.
Por
uma questão de enfoque e de coerência em relação à transformação da zona rural,
mantive a coerência. Fui Secretário da SMIC, sabedor da importância daquela
zona, sempre disse, desde que aqui pousou o Plano Diretor, que era contrário à
transformação daquela área e assim votei aqui e assim votaria novamente. Outra
coisa diferente é eu apontar os meus colegas que votaram contrários a mim,
porque o voto, aqui, na Assembléia ou em Brasília tem que ser respeitado, não
enviado ao alvedrio para que dê a impressão de que aqueles que eventualmente
não concordam comigo cometeram delito de opinião. Absolutamente, não! Como se
sabe, na democracia, hoje votamos de uma maneira, amanhã, votamos de outra
maneira. Quero deixar bem claro que, como Presidente da Casa, jamais irei,
jamais iria, jamais vou a qualquer rádio para tecer comentários desairosos a
qualquer Vereador, dos trinta e dois aqui presentes. Não o fiz e não o farei.
Instado, apenas condenei, como condeno, tal método e tal atitude, sem
personalizar a ilustre Vereadora, de modo que o fato de ela ter-se referido a
mim como se eu fora à Rádio para fazer qualquer tipo de aleivosia a S. Exa.,
jamais eu o faria e jamais o farei.
Quanto
aos métodos, eu os abomino por achá-los, neste período de democracia em que
vivemos, contrários àquilo que sempre preguei e pelo qual sempre lutarei. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nereu D'Ávila): O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra
em Comunicação de Líder pelo PPS.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores,
vamos tentar ampliar um pouco a discussão, não com alguma coisa cândida, mas,
sobretudo, num rumo diferente.
A
imprensa do País, me refiro especialmente a do Centro do País, Rio de Janeiro,
São Paulo e também a de Porto Alegre, neste último final de semana e hoje, insiste
muito numa tese defendida pelo Governo Federal e hoje já se iniciaram as
negociações para a remessa ao Congresso Nacional de um Projeto de Emenda
Constitucional permitindo a cobrança da previdência dos inativos.
Aquele
processo que foi derrotado por unanimidade no Supremo Tribunal Federal em
relação à constitucionalidade da cobrança vai voltar agora sob uma nova forma:
a modificação da Constituição Brasileira.
É
preciso que a população, principalmente os aposentados, comece a se dar conta
da iniqüidade que se está tentando cometer contra o modesto rendimento das
aposentadorias, que constituem o grosso da população brasileira aposentada.
Será, no mínimo, um projeto indecente. E é preciso que todas as entidades, que
todos os cidadãos comecem a perguntar aos seus parlamentares se eles vão
concordar com essa iniqüidade.
Já
se anuncia que, provavelmente, a partir de abril do ano que vem, o Governo
Federal possa estar cobrando dos inativos a contribuição previdenciária. Sras.
e Srs. Vereadores, eu já tenho dito - e não sou eu quem diz -: há outras formas
de suprir o rombo causado pela inadimplência da Previdência Social, da falta de
recursos para se pagarem os aposentados; não é por essa via, assim é muito
simplista, muito simplório. Tirar daqueles que contribuíram a vida toda para
ter um mínimo de garantia na sua velhice, tirar deles, ainda, os 11% desse
modesto salário para cobrir os rombos da Previdência! Isso não tem nome, porque
é desumano fazer-se isso com quem passou a vida contribuindo e que, no final da
sua existência, merece um mínimo de respeito. E, mais do que isso, o noticiário
acrescenta que estão sendo induzidos à aprovação desse projeto os governadores
estaduais, às custas da solução de seus problemas previdenciários internos.
Isso significa que não só os aposentados dos Municípios, também os dos Estados
e os da União terão que fazer essa contribuição. Da União nem falo, há cinco
anos os funcionários da União não recebem um centavo de reajuste, e ainda vão
ter que pagar 11% daquilo que recebem hoje para cobrir o rombo da Previdência.
Este
País não é sério! É preciso que a sociedade, como um todo, comece a reagir
contra isso. Os nossos representantes federais não vão poder cometer essa
iniqüidade contra a sociedade, que eles têm o dever elementar de defender. A
defesa passa por aí, a não-criação de novos e mais pesados encargos para quem
já os têm em demasia.
A
maioria da população deste País vive de salário mínimo e a maioria dos
funcionários públicos têm salários modestos. É sobre essa gente que vai recair
o ônus de ter que tapar o buraco das contas públicas, quando o problema é muito
diferente. Parem com a roubalheira, parem com a evasão de divisas, parem com
outras contas desnecessárias e tratem de arrecadar melhor sem eximir quem tem a
culpa no cartório. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra em Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a assim
chamada (Lê.) “...‘Administração Popular’ tem cometido algumas ‘gentilezas’ com
Porto Alegre, sem que a Cidade nada tenha feito de mal para tamanha represália,
e se jacta de que isso foi estabelecido pelo Orçamento Participativo. É o caso
do Aterro ‘Sanitário’ da Extrema.
Lá
foi localizado, contra todos os princípios, inclusive do bom senso, contra a
lei, mesmo previamente avisados do imenso dano ao ecossistema, contra todo o
argumento geológico e, por fim, rasgando os manuais de avaliação, um depósito
de lixo que vem torturando as comunidades de seus arredores, sendo diariamente
presenteadas com quase todo o lixo produzido pela Cidade, quando sua capacidade
é quatro vezes menor. Como solução, derrube-se a mata nativa ao redor.
Contra
o bom senso, sim, pois lá se descortina um dos panoramas mais lindos, dignos de
um projeto turístico. Sua rica ecologia já está atingida pelos efeitos citados,
gritantes a uma simples inspeção. A mesma Administração que divulga pelo
‘Cidade Viva’ que despoluiu a Praia do Lami, ostentando aquele ‘ar inteligente’
- de todos nós conhecido -, faz uma lixeira a menos de 4km de distância daquele
privilegiado conjunto de praias. A regra estabelece um mínimo de 10km de
distância da Reserva do Lami - não da praia. O arroio Manecão, que desemboca na
praia do Lami, está atingido em uma das suas três nascentes.
Contra
a Geologia, sim, pois sabe-se que o lençol freático da Extrema funciona
conectado a grandes mananciais, como o Guaíba, e as variações de enchente e
vazante estabelecem um mecanismo de vasos comunicantes. Nesse lençol freático,
há uma grande fenda rochosa detectada por medidas de sensoreamento remoto e por
satélite que funciona como válvula de escape de pressões deste sistema chamado
olho d’água. Seria, só por isso, o último local a ser escolhido como
localização de um aterro sanitário.
Com
todas essas contra-indicações, com os laudos técnicos indicando vários sinais
de alerta, desclassificando a água proveniente dos recursos naturais daquele
sistema hidrológico de classe 1 para classe 4, tornando-a inepta para
potabilidade e balneabilidade, segundo Resolução nº 20 do CONAMA, com os cindo
sentidos dos moradores clamando por outra solução, a Administração Popular
afirma ter dialogado com as comunidades. Isto é, elas disseram não e, sem
passar pela Câmara Municipal, conforme obriga a Lei, com a teimosia autoritária
que a caracteriza, esta Administração, com inúmeras outras soluções indicadas
previamente, escolheu um paraíso natural para transformá-lo num depósito de
lixo.
Esta
é a forma Petista de administrar e fazer política.
Resta-nos
o aprendizado definitivo de como e onde não fazer.” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Esta Casa é a primeira, no Brasil, a
abrigar estagiários com deficiência física, o que para nós é um privilégio, é
mais uma demonstração da democracia que esta Casa exercita não discriminando
ninguém. Na sexta-feira, nós fizemos duas Sessões Extraordinárias para este
Projeto correr Pauta, porque amanhã encerra o prazo dos que estão estagiando.
Se hoje nós não aprovarmos o Projeto que prorroga o estágio, eles serão
prejudicados. Nós temos que fazer hoje esta votação.
Há
ainda o PLL nº 40/99 que trata da abertura de créditos adicionais na
Administração Centralizada, que inclui nesses doze milhões, aqui, quatro
milhões e pouco para a Câmara. Este Projeto é também de extrema urgência, uma
vez que estamos sem caixa até para questões de pagamento; depois, então,
trataremos desse assunto.
O
Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, são
33 Vereadores, 33 pessoas totalmente diferentes uma das outras; uns mais
suscetíveis, outros menos, talvez eu seja um dos menos suscetíveis. Uma das
glórias desta Casa, dita e repetida, é que nós, na Lei Orgânica, retiramos o
voto secreto. O voto é aberto, nada mais nesta Casa é votado secretamente e, em
não sendo secreto o voto, eu não sei o porquê das suscetibilidades, quando o
próprio painel pode dizer quem votou “sim”, quem votou “não”, quem se absteve,
ou se alguém perguntar quem votou “sim”, “não” ou sobre as abstenções, será
informado. Eu, honestamente, não tenho essa suscetibilidade, quando eu voto
“sim”, que seja conhecido pela população que eu votei “sim”. E quando eu disser
não, que a população saiba que eu disse não, e eu não tenho nenhuma preocupação
com isso. Nada de preocupação. Vejam só que em matéria de suscetibilidades, na
sexta-feira, numa Sessão Especial, aqui, proposta por este Vereador, e, ao
final foi, dito que, por uma questão de justiça, era bom que se soubesse que
não foi este Vereador que propôs a Sessão, e eu não me senti magoado, nem coisa
nenhuma, não fiquei bravo. Entendi que estava tudo muito bem, estava tudo muito
certo, a solenidade aconteceu, o que era o mais importante, o homenageado foi
homenageado, nada mais para me preocupar.
Mas
eu estou preocupado e preocupado seriamente, Vereadora Sônia Santos, Ver. Lauro
Hagemann, exatamente com este problema da Previdência. O Governo tem que ter
mais competência e mais responsabilidade, não pode colocar em cima de alguns os
seus desequilíbrios, as suas faltas de responsabilidade que vem acontecendo na
Previdência, não de agora, desde que ela foi criada, IAPC, IAPM, IAPI, IAPTEC,
todos arrecadavam muito e o Governo sempre pensou que era uma máquina de
arrecadar, arrecadar, arrecadar e gastou aquele dinheiro, e não colocou nem a
sua parte, então, agora o Governo atual quer buscar uma maneira de resolver o
problema. Eu não acho que seja sacrificando aqueles que adquiriram direitos de
uma ou de outra forma. Adquiriram direitos, também não vou discutir, mas
adquiriram direitos. Não é essa maneira. O Governo devia, talvez, como disse o
Ver. Pedro Américo Leal, cobrar melhor, arrecadar melhor, mas deveria colocar a
sua parte, que ele não tem colocado ao longo do tempo, ele só diz que fulano
não deu, beltrano não deu, mas ele também não deu a sua parte, desde o início
da Previdência. Trocaram os nomes de IAPI, IAPTEC, IAPC, IAPM, para INAMPS e
agora é INSS, mas na verdade trocaram os rótulos, mas não colocaram vergonha. E
não colocando vergonha, não colocando responsabilidade, nós vamos continuar com
dificuldade sempre.
Então,
o que se precisa não é buscar um culpado, não é buscar uma vítima, melhor do
que se buscar um culpado, é uma vítima que está sendo buscada. Não é buscar uma
vítima, é buscar uma solução, que aqueles que lá estão tenham a
responsabilidade de procurar. Que este Congresso Nacional que está lá e que não
se reúne nem quando é convocado extraordinariamente, e seus membros recebem
três vezes o salário, que busque uma solução, uma solução digna, uma solução
correta, uma solução inteligente, e não esta que querem aplicar àqueles que já
trabalharam, que já conseguiram seus direitos, e agora querem tomar aquilo que
foi conseguido com sangue, suor e lágrimas. Saúde e paz!
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, teremos, agora, o
período de Comunicações, depois Pauta Especial e Pauta. Como já falei à
consideração de V. Exas., há um problema referente a prazo de Projeto que deve
ser votado na Ordem do Dia.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Sr. Presidente, estou à disposição, faço
um Requerimento para que a Ordem do Dia seja o próximo período desta Sessão.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, para corroborar com as
palavras do Ver. Cláudio Sebenelo: estou inscrito na Pauta Especial e comum e
abro mão da minha inscrição para que possamos entrar na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Cláudio Sebenelo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Gostaria,
Srs. Vereadores, que V. Exas. acionassem as respectivas senhas, para a presença
na Ordem do Dia.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, ainda que eu saiba que
foi votado, não estou discutindo isso, mas a Pauta Especial tem data, não sei
se não vai haver alguma alteração.
O SR. PRESIDENTE: Sim, Ver. João Dib, V. Exa. tem razão. Só
que nós podemos fazer o seguinte: na segunda Sessão Extraordinária, fazemos a
Pauta Especial e, na primeira, votamos esse Projeto, porque ele tem prioridade
absoluta. Não haveria prejuízo para ninguém.
O SR. PAULO BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, indago a V. Exa. se há
possibilidade de votar um Requerimento de minha autoria, para representar esta
Casa, na quinta-feira, num Encontro Nacional de Entidades de Deficientes
Físicos, no Espírito Santo. O Requerimento está aí com V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: Pois não, esse pode, porque é rápido.
Havendo
quórum, passamos à Ordem do Dia.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, diante do novo perfil
tecnológico das presenças, no quadro, eu indago a V. Exa. se é compatível com o
Regimento a mera declaração de V. Exa. de que há quórum para entrar na Ordem do
Dia? Até esclareço a V. Exa. como o procedimento normal, quando era chamada nominal,
no início dos trabalhos, a chamada, e, quando ia ingressar na Ordem do Dia,
havia uma nova chamada, então esse é um novo perfil. Acho até interessante.
O SR. PRESIDENTE: Quando solicitei que colocassem suas
senhas, já seria a manifestação das presenças, Vereador. Nós vamos enviar a V.
Exa. a cópia das presenças na Ordem do Dia, porque é uma nova situação, ou
seja, em vez da chamada, a simples acusação de presença aqui, é como se fosse
feita a chamada, essa é a questão, Vereador.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Eu indago V. Exa. se, em face desse novo
perfil tecnológico, foi abolida a chamada nominal para o ingresso na Ordem do
Dia?
O SR. PRESIDENTE: A consignação da senha é a substituição
da chamada da Ordem do Dia.
O SR. ISAAC AINHORN: Foi feita no início da Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Não, foi feita agora. Quando pedi a V.
Exas. para consignarem as senhas, para as presenças, significa à saída do
computador do resultado das presenças. Agora a chamada nominal é eletrônica.
O SR. ISAAC AINHORN: Eu estou presente, não sai daqui de
dentro, e não botei a minha senha.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. disse que estava presente e não
consignou a senha?
As
presenças de V. Exas. eram em relação à parte anterior da Sessão, agora é
especial para a Ordem do Dia.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, já que estamos na Ordem
do Dia, eu gostaria de fazer um Requerimento para que o Projeto de Lei do
Legislativo nº 161/99 possa ser votado em primeiro lugar.
O SR. PRESIDENTE: Sim, inclusive nós vamos fazer Sessão
Extraordinária para correr Pauta de um Projeto, e já ficou combinado que numa
será votado o Requerimento do Ver. Paulo Brum e na outra poderá, inclusive, ser
exercida a Pauta Especial, Vereador.
Mas
V. Exa. quer antes da Pauta Especial?
O SR. LUIZ BRAZ: Eu pediria , por favor, porque este
Projeto é um Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Professor
Francisco Mauro Salzano, e nós temos prazo para a entrega desse título.
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, pediria que fosse feita nova chamada dos Srs. Vereadores para
entrarmos na Ordem do Dia.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, somente para discordar do
Ver. João Dib; e apenas para colaborar. V. Exa. procedeu como tinha que
proceder. Nós registramos apenas a presença para colaborar, e é interessante
que seja dito há tantos Vereadores presentes, temos quórum para entrarmos na
Ordem do Dia. Eu registrei a minha presença a pedido de V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender a Sessão por alguns
minutos para que o nosso Assessor explique as razões técnicas ocorridas.
Estão
suspensos os trabalhos da presente Sessão.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h12min.)
O SR. PRESIDENTE (às 17h16min): Estão reabertos os trabalhos.
Foi
anulada a primeira votação.
Para
esclarecer a Questão de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn quero dizer que, no momento
que esta Presidência pedir aos Srs. Vereadores que acionem os terminais com
suas respectivas senhas para consignação de presença na Ordem do Dia, é a
chamada nominal da Ordem do Dia. E para aqueles que não conseguiram acionar,
terá uma segunda rodada. Agora está anulada e nós vamos fazer nova verificação
de quórum. Srs. Vereadores, acionem as senhas para verificação de presença e
respectivo quórum na Ordem do Dia.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, o único problema que
houve, é que o canal foi fechado sem dar tempo a que todos os Vereadores
acionassem as suas respectivas senhas.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente por isso é que nós anulamos,
para não haver dúvidas. Quanto à dúvida do Ver. Isaac Ainhorn, não há
necessidade de chamarmos os Vereadores, quando é só consignar o terminal.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, eu perguntei se
permanecia a chamada para entrarmos na Ordem do Dia com o painel eletrônico.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, às vezes os Vereadores estão
distraídos, é comum, não há problema, e não ouvem quando o Presidente pede para
acionar. Eu havia pedido e, a partir dali, é a chamada nominal.
Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
Em
votação o Requerimento do Ver. Paulo Brum que requer autorização para
participar do II Encontro Nacional de Líderes de Entidades Portadores de
Deficiência, na cidade de Serra, no Espírito Santo. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A
segunda questão, é referente ao PLE nº 040/99. Gostaria da colaboração dos
Senhores para que o referido Projeto corresse Pauta, sem entrar no mérito,
porque nesta abertura de créditos adicionais está incluída a verba para a
Câmara, que não está dispondo, neste momento, de caixa nem para consignar o dia
de pagamento.
Então,
é necessário que aceleremos a votação deste Projeto. Para isso, faremos duas
Sessões Extraordinárias.
O SR. PAULO BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o PR nº 058/99, que
trata dos estágios das pessoas com deficiência, não pode ser colocado em
votação agora, já que estamos na Ordem do Dia? Não é já um consenso da Casa?
O SR. PRESIDENTE: Está certo.
O SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
eu gostaria de perguntar à Mesa se os demais Projetos correrão Pauta também
neste momento.
O SR. PRESIDENTE: Não, Ver. Renato Guimarães, vai correr
Pauta somente este Projeto, pela sua absoluta atipicidade, não há como ser
diferente.
Há
uma questão processual, Ver. Paulo Brum. Como eu havia dito no início, é melhor
votarmos na Sessão Extraordinária, porque temos que correr Pauta na Ordinária.
Eu tenho que terminar esta para abrir a segunda, e, então, votarmos. Não haverá
prejuízo à votação; é só uma questão processual; eu não posso inverter.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
1ª SESSÃO
PROC.
3298/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/99, que autoriza a abertura de créditos
adicionais na Administração Centralizada, nos Departamentos Municipais de
Limpeza Urbana e Habitação, no valor de R$ 12.453.689,00, e dá outras
providências.
O SR. PRESIDENTE: Então, nesta 88ª Sessão Ordinária está
correndo a 1ª Sessão de Pauta do PLE nº 40/99, Proc. nº 3298. Só esse, Ver.
João Dib.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h23min.)
* * * * *